
Bruna Bonifácio Felix Pereira é formada em Psicologia pela Uniara, e ao longo de 2025 atuou como estagiária no Centro de Referência Afro Mestre Jorge, vinculado à subsecretaria de Políticas Étnico-Raciais da secretaria de Direitos Humanos e Cidadania. Seus trabalhos e pesquisas resultaram na aprovação para uma vaga no Mestrado em Psicologia Social da Unesp, em Assis.
Em parceria com o Núcleo de Estudos Afro-brasileiros (NEAB), desenvolveu um estudo em Psicologia Social voltado ao enfrentamento do racismo, que evoluiu para se firmar como um compromisso ético, político e social, com uma educação que não ignora as desigualdades raciais e que reconhece as narrativas negras como instrumentos de resistência, cura e transformação social. Esse percurso deu origem a duas pesquisas complementares, ampliando o alcance e a relevância do estudo.
As pesquisas de Bruna fortaleceram os debates sobre equidade racial, justiça social e a formação docente crítica, evidenciando a potência das narrativas negras como ferramenta pedagógica e política, e culminou na apreciação para publicação pela Revista Ethnos Brasil, um reconhecimento significativo no cenário acadêmico. Bruna também apresentou o trabalho “Formação Docente Crítica e Resistência ao Racismo: O Papel do Centro de Referência Afro de Araraquara nas Narrativas Negras” no VII Congresso Nacional de Formação de Professores, no XVII Congresso Estadual Paulista sobre Formação de Educadores e no V Festival Ocupação Preta, que integrou o 9º Fórum Permanente de Diversidade, Equidade e Direitos Humanos e o I Congresso de Estudos das Relações Étnico-Raciais, na Unesp de Presidente Prudente.
A agora mestranda enfatiza o papel do Centro Afro em sua conquista. “O Centro de Referência Afro de Araraquara ‘Mestre Jorge’ ocupa um lugar central nessa história. Mais do que um espaço institucional, ele foi território de escuta, formação, fortalecimento identitário e produção de conhecimento comprometido com a realidade da população negra. É um espaço que transforma pesquisa em ação, teoria em prática e dor em potência”. Ela afirma, ainda, que “ocupar a universidade, produzir ciência comprometida com justiça social e transformar experiências em conhecimento também é um ato político e coletivo”.
Para o subsecretário de Políticas Públicas Étnico-Raciais, Sumbunhe N’Fanda, é motivo de orgulho presenciar o êxito da estagiária. “A Bruna contribuiu muito com atendimentos psicológicos para a população afrodescendente da nossa unidade, e em casos de racismo. Ver toda a pesquisa dela, que tem muito a ver com a temática do trabalho que ela desenvolveu na nossa unidade, nos orgulha. E isso demonstra que a unidade também contribuiu na construção desse trabalho científico”, aplaude.













