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Estiagem: Daae e Prefeitura alertam sobre uso consciente da água em Araraquara

Com o fim de um outono seco e com a chegada de um inverno sem previsão de chuvas, autarquia pede atenção sobre desperdício de água

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O Departamento Autônomo de Água e Esgotos de Araraquara (Daae) e a Prefeitura de Araraquara preparam uma campanha informativa nas redes sociais e com apoio dos veículos de imprensa para alertar sobre a importância do uso consciente da água. A ação busca enfrentar o momento climático atípico de estiagem pelo qual passa Araraquara e toda a região, diferente de situações vividas no mesmo período em anos anteriores. 

A superintendente do Daae, Ada Salmazo, salientou que o panorama climático exige uma atitude cuidadosa da população. “Nesses momentos, em que há uma estiagem prolongada e a falta de previsão de chuvas, é fundamental adotar práticas de consumo consciente para preservar nossos recursos hídricos”, comentou.

A autarquia orienta para que as pessoas não desperdicem e usem a água potável de forma racional. A orientação também indica algumas medidas simples como fechar a torneira enquanto se escova os dentes ou se lava as louças; não lavar calçadas, quintais e veículos nesse período; não irrigar em excesso ou desnecessariamente as plantas e jardins; não deixar torneiras pingando e verificar vazamentos dentro da residência; que se evite troca e reposição de água desnecessárias em piscinas, entre outras ações que visam a economia de água.

IMPORTÂNCIA DA GESTÃO HÍDRICA

O diretor Comercial e de Relações Institucionais do Daae, Alexandre Pierri, explica que, devido à estiagem prolongada e ao aumento no consumo de água, a cidade pode enfrentar dificuldades maiores na reservação e, consequentemente, na distribuição, causando baixa pressão e, em alguns momentos, até falta d’água em certos setores. “Para mitigar esses impactos, o Daae sempre implementa manobras para abastecer os setores prejudicados, por meio de poços profundos, mas a recuperação dos níveis dos reservatórios tem sido lenta devido às altas temperaturas e à ausência de chuvas. Atualmente, o déficit de chuvas comparado aos últimos três anos no mesmo período já alcança 900mm, contribuindo para um aumento no consumo entre os usuários”, apontou.

Pierri acrescentou que Araraquara conta com um sistema de abastecimento de água misto, que utiliza tanto mananciais superficiais quanto os mananciais subterrâneos como o Aquífero Guarani. “Setores abastecidos por poços profundos têm sido menos impactados pela estiagem e desempenham um papel crucial em auxiliar os demais setores. Diante da necessidade contínua de manobras entre esses setores e da falta de previsão de chuvas, a gestão hídrica torna-se crucial durante períodos de elevadas temperaturas, quando o consumo de água atinge níveis críticos”, orientou.

INVERNO SECO

Iniciado no dia 20 de junho, o inverno é a estação do ano caracterizada por registrar poucas chuvas, baixas temperaturas e baixa umidade, isoladamente ou combinados, o que resulta em diversas infecções virais do sistema respiratório. O inverno de 2024, entretanto, tem previsões ainda mais preocupantes, não só para a saúde respiratória, mas também para o abastecimento público de água de grande parte da região Sudeste.

Antecedido por um final de verão e principalmente um outono com chuvas inexistentes ou muito abaixo da média normal em nossa região, o site Climatempo aponta que o fenômeno La Niña, que é caracterizado pelo resfriamento acima do normal da porção central e leste do oceano Pacífico Equatorial, deve se desenvolver em meados de julho e de agosto, com efeitos mais notáveis na primavera e no verão de 2024.

Assim, o inverno de 2024 será com temperatura acima da média em praticamente todo o país, com predomínio de tempo seco, sem chuva. As quedas mais bruscas de temperatura no Sudeste devem ocorrer no fim do inverno, em agosto e em setembro, quando a frequência de passagem de massas de ar frio será maior.

POUCA CHUVA EM 2024

As chuvas devem chegar com mais força em agosto e setembro no litoral do Sudeste, porém Araraquara se encontra em uma região onde as chuvas serão abaixo da média, assim como já tem ocorrido nos meses anteriores. “Em maio e junho, para Araraquara, a chuva média é de 57mm e 36mm respectivamente, e até hoje, foi registrado 12mm de chuvas em maio e zero milímetros de chuva em junho em nossa cidade, o que representa 90% a menos de chuva para a normalidade esperada nestes meses. Este déficit hídrico devido à pouca quantidade de chuvas também já foi observado nos quatro primeiros meses de 2024, se compararmos à média do mesmo período nos anos de 2022 e 2023”, aponta o relatório do engenheiro Artur de Lima Osório, da Gerência de Recursos Hídricos e Mananciais do Daae.

O Daae capta e trata 35% de toda água distribuída em rios existentes no município e, com a pouca quantidade de chuva registrada nestes seis primeiros meses do ano, principalmente em maio e junho, as represas de duas, do total de três captações, já apresentam redução significativa de volumes. “Com as previsões e perspectivas de diminuição de chuvas e temperaturas mais altas para este inverno, a situação dos reservatórios superficiais de água devem sofrer uma piora, o que pode impactar diretamente no abastecimento público de quase 30 mil ligações. Colabore com a cidade e o meio ambiente. Economize e evite o desperdício usando a água potável de forma racional”, completa Artur.