
No dia em que a greve sanitária dos servidores da Educação municipal de Araraquara completa um mês, o movimento dobrou o número de adesões logo pela manhã chegando a quase 30% da categoria, incluindo diretores e diretoras de unidades escolares.
A greve foi decidida em assembleia da categoria com o propósito de preservar a saúde e a vida dos servidores e de toda a comunidade escolar. O prefeito Edinho Silva (PT) conversou com o Sindicato e com os grevistas uma única vez e manteve sua decisão de continuar com as escolas abertas e atendendo alunos.
De acordo com o Sindicato dos Servidores Municipais de Araraquara e Região, o movimento grevista está baseado em estudos científicos atualizados da USP e da Fiocruz que demonstram a falta de segurança no ambiente escolar neste momento da pandemia na cidade.
Apesar dos alertas do sindicato, muitos servidores não aderiram à greve. No último domingo, foi registrada a morte de uma servidora do CER do Roxo em decorrência da covid-19.
A mobilização ganhou força após o falecimento da educadora Queli Fernandes, muito querida entre os colegas e os pais dos alunos. O Sismar informa que a mobilização vai continuar, ainda mais forte nos próximos dias, “para que a Prefeitura entenda de uma vez por todas que os servidores não aceitam correr o risco, no local de trabalho, de pegar uma doença que pode matar ou deixar sequelado para o resto da vida”.
O sindicato garante que tomou todas as providências administrativas e jurídicas para garantir os direitos dos grevistas. “Qualquer atitude da Prefeitura para punir grevistas é ilegal e demonstra claramente que este governo que se diz do Trabalhador não é diferente de qualquer outro quando se trata de lidar com os servidores”, disse em seu informativo.
Mesmo assim, a Prefeitura descontou o salário dos servidores em greve. “O desconto dos salários dos grevistas antes de levar a greve para a Justiça é um caso exemplar de ilegalidade. O Sismar vai protocolar uma ação coletiva na Justiça exigindo o pagamento correto dos salários imediatamente. Quando que a Prefeitura tiver que ressarcir cada um, quem pagará não será o prefeito, com dinheiro do seu bolso, mas sim os cofres públicos”, concluiu o sindicato.