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Pelo uso da expressão “administração negra” Balda pode ter mandato suspenso nesta terça por 30 dias

Sessão da Câmara desta terça-feira volta a agitar os meios políticos da cidade e na pauta está o pedido do Conselho de Ética que propõe suspensão por 30 dias, sem vencimentos, ao vereador Baldassari. Ele se referiu ao governo Edinho como uma "administração negra", que no entender do conselho foi uma conduta incompatível com a ética e o decoro parlamentar.

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Baldassari assegura que tem defesa embasada

Por ter se referido a gestão do ex-prefeito Edinho Silva (PT) com a frase “administração negra”, entendida como linguagem depreciativa pelas entidades representativas da população afrodescendente, o vereador Baldassari (NOVO) entra para a pauta de discussões já prevista para esta terça-feira (12) na sessão da Câmara, correndo o risco de ter o seu mandato suspenso por conduta incompatível com a ética e o decoro parlamentar. A penalização poderá ser por 30 dias.

A manifestação das entidades foi protocolada formalmente na Câmara Municipal no dia 28 de maio; além disso, o Conselho de Ética diz que tomou ciência da manifestação espontânea da cidadã Alana Bernardo, que declarou ter-se sentido atingida pela referida fala do parlamentar, a qual desejava, inclusive, prestar esclarecimentos e ser ouvida por este órgão. Também ocorram manifestações da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) subseção de Araraquara e da vice-prefeita da cidade de Araraquara, Meire Laurindo.

No Projeto de Resolução, consta que também foi analisada a defesa prévia do vereador Balda, na qual o parlamentar sustenta não ter havido qualquer conotação racista em sua fala, tratando-se, segundo ele, de um equívoco de expressão. A maioria dos membros do Conselho entendeu que a defesa não era suficiente para afastar a necessidade de apuração mais aprofundada, tendo em vista o potencial dano social da fala e sua repercussão pública.

Os votos de dois membros do Conselho – Coronel Prado e Michel Kary, não foram suficientes para evitar que Baldassari fosse submetido à votação dos vereadores nesta terça. Prado e Kary – sustentaram que a fala do vereador Balda não caracterizaria violação à ética ou ao decoro parlamentar, entendendo tratar-se de mero deslize, sem que houvesse dolo ou intenção de depreciar a população negra, tampouco caracterização de crime de racismo.

Votaram a favor da penalidade os vereadores Filipa Brunelli, Alcindo Sabino e Aluísio Boi que afirmam ter ficado evidente a conotação racista da fala, e que ela, é incompatível com a dignidade do mandato parlamentar, o que justifica a aplicação da penalidade.

No trecho final do documento, a relatora Filipa Brunelli assegura que “diante de todo o exposto seja deliberada a aplicação da sanção de suspensão do mandato do vereador Balda pelo período de 30 (trinta) dias, como medida proporcional à conduta apurada e aos efeitos sociais e políticos produzidos.” Balda neste período de cumprimento da pena, não receberá o salário de vereador, propõe o Conselho de Ética.