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Sincomercio repudia antecipação de feriado para segunda (25)

Para a categoria representada pelo SinHores, não muda em nada, pois o setor está quebrado “depois da quarentena, não haverá restaurante para abrir”

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Antonio Deliza Neto, presidente do Sincomercio

Tanto o comércio quanto os restaurantes vivem uma fase de quebradeira geral devido à quarentena imposta pelo governo do Estado de São Paulo, João Doria (PSDB), na tentativa de conter o coronavírus.

Araraquara aguarda uma definição nesta quinta-feira (21) do Governo do Estado de São Paulo, quando a Assembléia Legislativa votará a proposta de antecipar o feriado de 9 de Julho para a próxima segunda-feira (25). Tal proposta piora ainda mais a situação de alguns empresários araraquarenses que caso queiram trabalhar em sistema de drive-thru ou delivery, terão que pagar o dobro aos funcionários.

O presidente do Sincomercio de Araraquara, Antonio Deliza Neto, vê esta mudança de feriado neste momento como um ato sem nenhum fundamento, tendo em vista que as atividades bancárias regidas pela Federação Brasileira de Bancos (FEBRABAN), terão operação normal nos feriados antecipados.

“Como é que se faz um feriado onde só metade trabalha e outra metade descansa, acho isso desnecessário, sem nenhum tipo de critério, em cima da hora, onde as empresas precisam se planejar para este tipo de atividade, pois um feriado tem uma remuneração diferente para muitas delas, é sem cabimento, uma medida sem o mínimo de noção e planejamento estratégico.
Mais uma vez o governo do Estado prova sua incapacidade e incoerência, quanto aos assuntos em que o interior tem uma realidade completamente diferente da capital paulista. Nossa posição é de repúdio, pois infelizmente mais uma vez nossos governantes se mostram incompetentes” – afirma Deliza.

Fernando Pacchiarotti, presidente do SinHores de Araraquara e região

No setor de alimentação a situação é crítica, e mostra que para muitos não mais faz diferença, diante de suas portas fechadas e grandes prejuízos.

Para Fernando Pacchiarotti presidente do Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares em Araraquara (SinHores), este feriado em julho seria em uma quinta-feira, em condições normais de trabalho; para o comércio da categoria de alimentação e hospedagem seria um feriado valioso, porque teria condições de emendar. No entanto na atual situação de quarentena, não muda nada.

“Como dirigente patronal de uma categoria e percebendo que nosso governo Estadual e Municipal não vai autorizar a retomada dos trabalhos antes de agosto, neste momento já não faz diferença, pois estamos caminhando para uma quebra geral das atividades de nossa categoria, não vai existir empresa para abrir, não restará restaurante em Araraquara. O Delivery dá apenas uma sobrevida ao negócio, não atinge 10% ou 15% do faturamento normal das casas, com exceção daqueles que sempre trabalharam com entregas. Quem tem um delivery e Drive-thru fortes ainda tem um pouco mais de fôlego”.

Afirmou ainda que “restaurantes grandes que trabalham com mesas, e hoje trabalham apenas com sistemas de entregas, não conseguem pagar as despesas para se manter aberto. Junte-se a isso que nossa categoria trabalha com produtos perecíveis e perdemos muito no início desta quarentena, todas as frutas, legumes, verduras que acabamos por doar para asilos e casas de caridade, e que para voltar a trabalhar teríamos que comprar novamente, e sem receita, para retomar as atividades.
Em um segundo momento, perdemos os lacticínios, embutidos que têm validade de 15 a 20 dias.
E agora temos um pouco de congelados guardados, que para continuar guardado custou dinheiro. Um exemplo as sorveterias que não podem desligar a câmara fria para não perder ainda mais sua matéria prima, e se manter sem receita.

Neste panorama, boa parte das casas de Araraquara e das 22 cidades da região que representamos, muitos empreendedores já encerraram as atividades, dispensaram os colaboradores, alguns funcionários ficaram sem receber verbas rescisórias, liberaram apenas FGTS e seguro desemprego, não retornarão.

A cada dia, mais empresários me ligam dizendo que aguentaram até agora, mas só estão acumulando dívidas e estão entregando seus prédios alugados.
Resumindo, para nossa classe pode mudar feriado a vontade, já não muda mais nada nossa situação” – afirmou Fernando, triste, diante de uma realidade que assola toda uma categoria.