Escritor Ignácio Loyola Brandão é o principal incentivador do ‘Licores Valéria’, receita especial de figo feito artesanalmente pela araraquarense Valéria Pirola.
O artesanato é um mercado em expansão. Segundo pesquisa do Sebrae, esse setor envolve mais de 8,5 milhões de pessoas em todo o Brasil com produções distintas e em grandes ou pequenas escalas. A restauradora de obras araraquarense Valéria Pirola passou a engatinhar no assunto há pouco tempo, quando resolveu fazer uma receita especial de licor de figo, batizada por ela apenas como Licores Valéria.
Sem grandes pretensões, ela passou a acreditar no potencial de sua bebida a partir de um grande incentivo: a aprovação do escritor araraquarense Ignácio de Loyola Brandão, que o adjetivou como ‘gosto e aroma da adolescência’. E deu certo. Quem experimenta, aprova.
O início desta história viaja até novembro de 2016, quando Loyola esteve na cidade para lançar seu livro de crônicas, ‘Se for pra chorar que seja de alegria’. Na ocasião, Valéria o presenteou com licor de jabuticaba.
“Sempre fiz a bebida para consumo de amigos e próprio. Então resolvi dar uma garrafa para o Loyola, que depois me mandou e-mail dizendo que gostou muito. Porém, ele fez uma confissão: tinha muita vontade de tomar licor de figo, coisa que não fazia desde a adolescência”, relata.
Missão dada, missão cumprida. Depois de muito pesquisar, Valéria descobriu que o (melhor) licor de figo é feito através da folha, dando origem a uma receita que também mistura cachaça e açúcar.
A grande dificuldade foi encontrar as folhas, que ela conseguiu com um amigo de Araxá, em Minas Gerais. Todo esse processo, entre estudos e prática, levou cerca de 7 meses. “Arrisquei-me e deu certo. Mandei um ‘exemplar’ para o Loyola através de um parente dele de Araraquara. Ele aprovou de tal maneira que me retribuiu com uma crônica sobre a bebida para o jornal A Cidade, de Ribeirão Preto, em maio de 2017. De quebra, ainda me autorizou a usar o texto ‘O licor de figo daquela tarde’ na hora de fazer alguma propaganda. Foi um presente e tanto”, afirma.
Na citada crônica, Loyola escreveu: “Nunca mais encontrei licor de figo. Passaram décadas, não sabem o que foi a abstinência este tempo todo. Era um pedaço de mim perdido até chegar o e-mail de Valéria: ’Trago boas notícias! Fiz seu licor!’ Isso é felicidade. Somente uma restauradora de arte teria tal sensibilidade”, pontua. Quem quiser experimentar, pode entrar em contato via facebook @valeria.pirola.1. Também tem o WhatsApp (16) 98244.8110.
DE LONGA DATA
Valéria Pirola conheceu Ignácio Loyola Brandão durante o lançamento do livro de Gino Savino (em outubro de 2014), no qual o escritor fez o prefácio. Sem querer, Loyola havia falado sobre ela em outra crônica, ressaltando seu trabalho após ler uma reportagem no extinto jornal Circulando News. Trocaram e-mails e mantiveram contato.
Assim, o escritor descobriu que conhece a mãe de Valéria, Dona Nancy, desde a infância, entre outros membros da família Pirola. “Inclusive a levei para revê-lo durante o evento no Palacete. Ambos ficaram felizes”, finaliza.