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Crônica – Encantador de serpentes hipnotiza sucuri gigante na Praça das Bandeiras

Confira mais uma crônica sobre a Anaconda Araraquarense, que integra a lenda urbana da Cobra do Pinheirinho

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Valdir Ramos, o encantador de serpentes, conseguiu um feito inédito em terras araraquarenses na madrugada de segunda-feira na Praça das Bandeiras. Com sua fiel escudeira Luiza Ramos, ele ficou frente a frente com a temida Anaconda Araraquarense e cumpriu o que havia prometido: hipnotizou o animal girando na vitrola um disco de vinil no sentido anti-horário na faixa “Purple Haze”.

O cinegrafista Raul Zanin estava no local e registrou tudo em sua Câmera GoPro. “Vi quando o casal entrou na praça e se aproximou da fera. Valdir montou rapidamente seu equipamento e iniciou o ritual. A cobra esboçou uma reação agressiva, mas rapidamente ficou entorpecida pelo som e totalmente indefesa”, relata Zanin.

“Momento em que o poeta Pedrinho Renzi se atirou para cima da cobra, prendendo sua cabeça com as duas mãos e gritando: ‘Vou te levar de volta para o Carmo. Lá é seu lugar’”, revela o professor Carlos Miguel Teixeira, que passava pelo local. O fato atraiu muitas pessoas que saiam de um show de rock no Bar do Zinho.

“A cena era tão surreal que levei um copo de champanhe para a cobra beber e ficar ainda mais inebriada”, conta o aposentado Beto Fachini, o Beto Lindo, que assistia ao evento musical no bar. “Mas daí chegaram com um caminhão para levá-la e acabaram com toda a ‘viagem’ que estava rolando ali”, completa Beto Lindo.

Um veículo da transportadora do Zé Cobra foi alugado para o transporte do animal até o zoológico de São Carlos. Tudo corria como o planejado, até que alguém da multidão gritou “Toca Raul!”, o que despertou a sucuri do transe. Ela se soltou das garras de Pedrinho Renzi e fugiu pela Rua Cinco, sentido Santa Angelina.

O ator e apresentador de Jogos Culturais Aldemir Fontes, vulgo Mi, que já havia cancelado o evento do último domingo devido a constante presença do bicho na Praça das Bandeiras, explica que a atividade será retomada normalmente neste domingo. “Depois dessa ação do Valdir e da Luiza Ramos dificilmente a anaconda voltará a dar as caras por aqui”, avalia Fontes.

Na mesma noite, na Praça da Independência, a loira misteriosa fez mais uma vítima. Um cidadão paraguaio foi amarrado na árvore pela moça. Ele pode ter sido a sétima vítima da mulher, que age sempre da mesma maneira: atrai homens para o Jardim Público, os amarra numa árvore e vai embora.

Segundo Marcão Gibrownnie, porteiro de edifício localizado próximo à citada praça, na verdade existem duas loiras. “Tem a loira misteriosa, que é bonitona, mas ensaboada, porque ninguém consegue pegá-la em flagrante, e a loira genérica, que não é tão bonita, mas faz o serviço. Foi essa última quem atacou o paraguaio”, esclarece.

Marcão conta ainda que a loira genérica manteve relações sexuais com o cidadão do Paraguai após prendê-lo na árvore. “Mas ela era tão estabanada que deixou cair a bolsa quando partiu. O curioso é que havia um barbeador e uma cueca box dentro da bolsa”, conclui Gibrownnie, que ajudou a desamarrar a vítima. O paraguaio teve apenas ferimentos leves no pulso.

 

Esta crônica foi publicada há alguns anos no jornal Cidade News e sofreu algumas edições