Após nova aparição da anaconda araraquarense pelas ruas da Vila Xavier no início da semana, moradores do bairro andam assustados com a possibilidade de cruzar com ela em seu caminho. Segundo o biólogo Ângelo Sanfrancisco, o bicho anda muito nervoso, pois está viciado no patê de alho feito pela Neusa, irmã do poeta Pedro Paulo Spiga, ambos residentes na Avenida Santo Antonio.
De acordo com Spiga, a cobra tem rondado sua casa em busca da iguaria, o que justifica sua constante presença na Vila. O poeta, por sua vez, disse que preparou uma armadilha para o ofídio. “A ideia é colocar bastante cachaça no patê. Vamos embriagá-la até que entre em coma alcoólico. Já combinei com o Eliel, dono do bar em frente de casa, que vai ceder os litros da bebida”.
O plano de Spiga, porém, revoltou Sanfrancisco, maior defensor da serpente no município. “Pra que fazer isso com a coitadinha?”, questiona. “Podemos utilizá-la em prol da cidade, no controle de pragas urbanas. Quero levá-la para o bairro onde moro, o Morumbi, para que ela acabe com os ratos daquela região”, revela.
Para Salomão Alves, um dos organizadores da Banda do Fuá e também morador da Vila, o fato de a anaconda perambular pelo distrito inviabiliza a realização do evento, que ocorria anualmente um sábado antes do Carnaval. “Imagine um ataque desse animal durante a folia com mais de 10 mil pessoas. Iria ser uma tragédia”, avalia.
A Polícia Federal teria sido acionada para capturar a cobra. Corre nos bastidores de uma televisão local que imagens de uma câmera de segurança flagraram o ataque da anaconda a um cão da raça poodle. O jornalista Fernando Martins teria conseguido a informação junto a um borracheiro que consertou o pneu de seu carro e estaria investigando o fato para colocar no ar em seu programa de rádio.
A Secretaria Municipal de Comunicação continua a negar a existência do monstro gigante no perímetro urbano. Porém, segundo a reportagem apurou, o coordenador de mobilidade e vice-prefeito Coca Ferraz estaria estudando um projeto intitulado “Cobra no Transporte de Araraquara” (CTA), que seria a utilização do animal tanto em solo quanto no túnel subterrâneo para a locomoção dos araraquarenses.
Por Luís Zakaib
Publicado originalmente no semanário Cidade News
