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‘Felizmente, Nelson Sargento teve tempo para contar a sua história’

Com exclusividade ao Portal RCIA, o sambista araraquarense Teroca conta suas histórias ao lado de Sargento, que morreu nesta quinta-feira (27/05), aos 96 anos

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Em tratamento de câncer, Sargento foi vítima da COVID-19. (Foto: DIvulgação)

“Hoje nos deixa um dos grandes nomes do samba. Felizmente, Nelson Sargento teve tempo para contar a sua história”. É dessa maneira que o renomado sambista local Teroca responde ao portal RCIA, quando questionado sobre o falecimento de um dos baluartes da música popular brasileira. O carnavalesco da Mangueira deixou este plano na manhã desta quinta-feira (27/05).

Com Covid-19, Sargento foi internado no Instituto Nacional do Câncer no último sábado (22). Foi transferido para a UTI após mostrar agravamento no quadro respiratório. O artista chegou a ser intubado com autorização da família. Além disso, tratava de um câncer desde 2005, quando descobriu um tumor na próstata.

Teroca nos conta que, em 2005, fez um projeto com Nelson Sargento, no Sesc Ribeirão Preto, chamado “Essa História da Samba”. “Ele era uma pessoa extremamente detalhista. Na passagem de som, pediu para passarmos todo o repertório. E entre uma música e outra, nos brindava com histórias”, revela.

O sambista araraquarense Teroca.(Foto: Divulgação)

Os dois ainda se encontraram algumas outras vezes, no apartamento de Sargento no Rio de Janeiro, no bairro de Copacabana. “Foram conversas maravilhosas, nas quais ele contextualizava o samba com realidades sociais, principalmente àquelas que acometiam aos morros cariocas. Inclusive, alguns amigos próximos a ele me disseram que ele ainda escrevia, mesmo com a idade avançada. Seu legado está gravado”, finaliza Teroca.

Autor de mais de 400 composições e com mais de 40 discos laçados, Nelson Sargento chegou à Mangueira com 18 anos, quando se integrou à ala dos compositores da escola, por onde desfilou ininterruptamente até o Carnaval de 2020.

(Por Matheus Vieira)