A programação educativa do 18° Território da Arte de Araraquara nesta edição ocorreu de modo mais restrito, devido à pandemia e ao calendário das provas de final de ano. Porém, desde o início do evento, em outubro deste ano, as atividades educativas foram realizadas de maneira presencial em três instituições de atendimento a crianças e jovens da cidade: Escola Municipal de Dança Iracema Nogueira, Espaço Kaparaó e Oficina das Meninas.
Denise Zakaib, coordenadora da programação educativa do Território da Arte, conta que a programação foi levada até os locais e, por meio de um passeio virtual pela exposição, levantou questões acerca dos eixos curatoriais: Terra, Floresta, Humanidade e Espiral do Tempo.
A Escola Municipal de Dança foi a primeira instituição a receber a programação educativa, em outubro, ainda na fase de seleção dos artistas premiados. No encontro, uma discussão se deu em torno do formato do edital, que embora tenha caráter competitivo, deu visibilidade a todos os inscritos, por meio da rede cultural. “Após o debate com os professores e coordenação da escola acerca da importância do entendimento da esfera de produção no universo das artes, das especificidades de um evento no meio digital, do caráter de premiação em NFT e demais assuntos pertinentes a esta edição, percorremos as obras inscritas debatendo possibilidades de interação entre artes visuais e dança”, explica Denise.
Em novembro, as atividades educativas foram realizadas no Espaço Kaparaó. “Apresentamos o 18° Território da Arte para os jovens aprendizes que atuam na pasta da Economia Solidária e Criativa, como parte da equipe na incubadora de negócios e no Espaço Kaparaó. O debate aconteceu com foco no eixo Humanidades, onde apresentamos obras que colocavam em questão identidade cultural, gênero, representatividade nas artes, vida digital e outras nuances do assunto”, conta a coordenadora.
Após a apresentação no Kaparaó, os participantes foram convidados a fazer um vídeo sobre algo que tenha reverberado da conversa e escolheram o tema: o digital na pandemia, onde representaram o cansaço das atividades online, o convívio com os familiares e a negação das informações sobre a pandemia por parte da população.
Por fim, no início deste mês, na Oficina das Meninas as obras apresentadas pautaram o debate sobre meio ambiente, pandemia e democratização digital. Depois da apresentação das obras as meninas foram convidadas a registrar em desenho o que elas sentiram sobre as obras.
“Houve apresentação para o próprio grupo, onde além de falar sobre o que desenharam, relacionando com o que viram na exposição, também nomearam seus desenhos, dando a eles similaridade com as obras apresentadas no que diz respeito ao entendimento do assunto e identidade cultural”, pontua Denise.
De acordo com a coordenadora, a programação educativa e presencial possibilitou uma grande troca. “A espontaneidade do presencial enriquece e colabora para o desenvolvimento do indivíduo de maneira ampla, trazendo a reflexão para o corpo, para o ambiente, para o outro, para o agora. A expansão de alcance que o digital traz é, sem dúvida, desejável para as artes e, a profundidade presencial é, também sem dúvida, indispensável na fruição. Seguimos na certeza de que territórios digitais e presenciais se completam e se fortalecem”, finalizou.
O Território da Arte de Araraquara é uma realização da Secretaria Municipal da Cultura e Fundart, com programação virtual e gratuita, sob a curadoria de Evandro Nicolau.