
Os dez anos de vida da banda La Burca, de Araraquara/Bauru, será comemorado com álbum carregado de um intenso tom de protesto e revolta por conta da vigente crise política, social e humanitária que o Brasil atravessa. Tudo isso em um momento tão delicado de pandemia de covid-19.
Quem nos garante esse direcionamento é a vocalista e guitarrista Amanda Rocha, natural de Bauru e hoje moradora de Araraquara, ao comentar o lançamento do single ‘Mato Sem Cachorro’, uma prévia de um disco de composições inéditas, o terceiro da carreira, que aporta na cena no mês de julho. A divulgação oficial do material começa, propositalmente, nesta segunda-feira, 28/06, Dia Internacional do Orgulho LGBTQIA+.
“Estamos na UTI e queremos viver, não aceitamos esse cenário. A nossa motivação é continuar existindo, resistindo, amando, celebrando na medida do possível e produzindo música-arte contra todo esse lixo fascista, essa perversidade, essa perseguição sem fim aos LGBTQIA+, aos negros, mulheres, pobres e excluídes”, declara Amanda.
Gravada em Araraquara, no Outside Estúdio, com Marquinhos Fróco, ‘Mato Sem Cachorro’, que sucede o single ‘Desaforo’, é a primeira música da banda em formato power trio, que também conta com o prata da casa Daniel Guedes, na guitarra, e Ed Paolow, de Bauru, na bateria. Sua sonoridade passeia pelo punk, folk, experimental, no wave e post-punk. A mixagem e masterização é de Guilherme Vazzoler.
“Essa é a nossa primeira música em português. Ela representa uma fase de abertura e experimentações para a banda, que busca o autoconhecimento em meio a uma pandemia que atrasou o lançamento do disco em seis meses. O Guedes, por exemplo, gravou suas partes na sua própria casa. Trocamos muitas referências e ambiências para o som”, conta Amanda.

FAÇA VOCÊ MESMO
A própria banda filmou um vídeoclipe para ‘Mato Sem Cachorro’. A direção foi assinada ademais por Amanda Rocha, ao lado de Vita Pereira, também responsável pela produção. A fotografia é de Daniel Guedes e Fernanda Robles, que cuidou da maquiagem. O material conta com o apoio da !punklorecords! e do Coletivo Lança.
“As imagens do clipe foram feitas em momentos distintos, têm frames de shows, takes que fiz em casa, no meio do ‘mato’, e que o Guedes fez na casa dele, um retalho visual que se complementou. Vamos sobreviver e resitir”, explica Amanda.
(Por Matheus Vieira)