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Yunan aborda exílio e pertencimento em sessão gratuita no Sesc Araraquara

Dirigido por Ameer Fakher Eldin, o longa internacional será exibido nesta quarta-feira (10) e convida o público a uma experiência sensível sobre solidão, identidade e recomeço.

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Yunan foi amplamente reconhecido pela crítica por sua abordagem poética e sua força simbólica, além das atuações contidas e intensas de seu elenco

O Teatro do Sesc Araraquara recebe, na quarta-feira, 10 de dezembro, às 20h, a exibição gratuita do longa-metragem Yunan, dirigido por Ameer Fakher Eldin. A sessão integra a programação presencial de cinema do Sesc e terá retirada de convites com uma hora de antecedência. Com 124 minutos de duração, classificação indicativa de 14 anos e versão legendada, o filme é uma coprodução entre Alemanha, Canadá, Itália, Palestina, Catar e Jordânia.

Lançado em 2025, Yunan consolida o diretor como uma das vozes mais sensíveis do cinema contemporâneo ao tratar temas como exílio, identidade e pertencimento. A narrativa acompanha Munir, um escritor árabe vivendo na Europa que atravessa uma profunda crise existencial. Dominado por dores físicas e emocionais que não consegue explicar, ele decide se isolar em uma remota ilha no norte da Europa, em uma jornada marcada pelo silêncio, pela solidão e pela tentativa de escapar de um passado que insiste em permanecer.

Na ilha, Munir estabelece uma relação inesperada com Valeska, uma viúva solitária que administra uma pequena hospedaria, e com seu filho, um homem de poucas palavras e gestos duros. A convivência entre esses personagens, quase sempre marcada por pausas e olhares mais do que por diálogos, dá ao filme um ritmo contemplativo e profundamente humano. Aos poucos, o encontro entre estrangeiros — cada um à sua maneira deslocado — abre espaço para a reconstrução emocional e para a possibilidade de recomeço.

A direção de Ameer Fakher Eldin aposta em uma estética minimalista e rigorosa, utilizando paisagens frias, enquadramentos precisos e longos silêncios como extensões do estado interno de seus personagens. O cenário isolado funciona como metáfora do exílio físico e emocional, tema recorrente na filmografia do diretor, que traz para o centro da narrativa as feridas invisíveis deixadas pela migração forçada e pela perda de referências afetivas.

Exibido em importantes festivais internacionais, Yunan foi amplamente reconhecido pela crítica por sua abordagem poética e sua força simbólica, além das atuações contidas e intensas de seu elenco. A obra convida o espectador a uma experiência de contemplação e escuta, na qual o tempo desacelera para dar espaço às emoções não ditas.