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1.119 empresas já fecharam as portas em Araraquara durante a pandemia

Levantamento foi feito pelo Núcleo de Economia do Sincomercio junto a Jucesp e em dificuldades por causa do coronavírus, setor avalia formas de contornar a situação e retomar os níveis pré-pandemia. Para pesquisadores – controle financeiro e serviço digital eficiente se tornam soluções para o varejo que sobreviver.

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Foi exatamente em maio do ano passado que o lojista Luciano Mendes de Mattos retirou as letras que garantiam o sucesso da sua marca no Jaraguá. Foi muito triste.

A pandemia de Covid-19 tem se mostrado um desafio imenso para o comércio varejista, causando dificuldades financeiras para muitos lojistas. Segundo levantamento do Núcleo de Economia do Sincomercio Araraquara com base em informação da Junta Comercial do Estado de São Paulo (Jucesp), 251 empresas já fecharam as portas na cidade nos primeiros meses de 2021, com março e abril registrando alta de 10,8% e 37,5% no número de dissoluções em comparação com o mesmo período do ano passado, respectivamente. No total de 2020, 868 empreendimentos interromperam as atividades.

Para João Delarissa, analista econômico do Sincomercio, os estabelecimentos comerciais mais afetados pela pandemia são os de pequeno e médio porte. “Esses segmentos são os que mais atraem empreendedores e representam a força motriz do comércio municipal. No entanto, quando enfrentam períodos de instabilidades, há poucas alternativas e baixas reservas para contornar a situação, muitas vezes culminando no fechamento precoce do negócio. Porém, vale ressaltar que grandes empresas também passam por problemas atualmente”, explica.

De acordo com Flávio Sinhorini, docente da área de gestão e negócios do Senac Araraquara, entre os principais desafios enfrentados pelos pequenos e médios empreendimentos comerciais está a redução no volume de faturamento, com baixa frequência de vendas e clientes, o que interfere diretamente na geração de caixa. “Nesse cenário de queda, a imprevisibilidade da pandemia e as restrições sanitárias são preocupantes, já que a crise ainda está longe de acabar. Nisso, a rentabilidade dos empresários é severamente afetada.”

Para que os comerciantes possam contornar isso, ou amenizar as condições econômicas dos estabelecimentos até uma retomada regular da atividade econômica, um bom gerenciamento e planejamento financeiro é necessário. “Em situações como a atual, o comerciante deve adotar uma gestão rígida e analisar onde está aplicado cada centavo da empresa, pois o fluxo de caixa pode ser mais imprevisível. Além disso, é indicado um controle de gastos detalhado, com levantamento das despesas mais urgentes, e posterior exploração de novos modelos comerciais”, orienta Flávio.

Gabriel Rodrigues, também docente da área de gestão e negócios do Senac Araraquara, avalia que alternativas para aumentar o faturamento são uma boa saída, como disponibilizar serviços eficientes de delivery (entrega em casa), drive thru (entrega no veículo) e take away (retirada no balcão), diversificar e ampliar as formas de pagamento e divulgar os produtos por meio do marketing digital. “Plataformas on-line, como Facebook, WhatsApp, Instagram e Twitter, são alternativas que estão em alta no varejo. E para quem possui alguma reserva para investimentos, inclui-se nessa estratégia virtual um e-commerce próprio e ações voltadas exclusivamente para esse nicho, que não pára de crescer.”

AJUDA QUE VEM DE FORA

Para auxiliar os empresários que pretendem investir nas vendas on-line neste período, os docentes do Senac Araraquara destacam mais dicas fundamentais. Confira:

Antes de tudo, assegure um atendimento de qualidade, que deve ser igual ou melhor ao que é feito presencialmente. É preciso que o cliente entenda que, por trás da máquina, existe alguém pronto para conduzir a negociação da melhor forma possível;

Aposte em textos, imagens e vídeos demonstrativos nas plataformas digitais. Isso ajuda a impulsionar os produtos e tornam as páginas uma vitrine virtual;

Publique as ofertas em grupos de vendas, como os do Facebook. No entanto, essa iniciativa deve considerar formas de pagamento analógicas, ao contrário do que ocorre em um site, em que isso é automatizado;

Em marketplaces (plataformas virtuais que reúnem em um só lugar diversas marcas e lojas), o empreendedor pode utilizar toda estrutura de marketing de grandes redes. Ele terá o produto vendido por essas empresas e pagará para elas uma porcentagem, não precisando se preocupar com a divulgação, a menos que queira. Antes de partir para essa alternativa, deve considerar se é viável a porcentagem cobrada por cada uma das plataformas e se o produto tem aderência dentro desse cenário;

Seja em sites de e-commerce exclusivos, seja em redes sociais ou em marketplaces, é preciso ter carinho com a divulgação e o layout da própria marca. Isso se torna um diferencial para quem quer se destacar. Vale lembrar que, neste momento, muitas outras pessoas estão vendendo a mesma coisa que você na internet.

Outras dicas também estão disponíveis no Instagram do Senac, em live transmitida em parceria com o Sincomercio Araraquara sobre fluxo de caixa e fortalecimento dos negócios.

Quer saber mais e se aprofundar no assunto? Entre em contato com a unidade e conheça os cursos que podem ajudar na ampliação das vendas e na administração dos negócios. Acesse o Portal: www.sp.senac.br/araraquara e fique por dentro das novidades.