Durante o período de inverno, os moradores de várias regiões do estado têm sofrido com o ar seco, situação que se agravou nos últimos dias por conta das queimadas e do longo período sem chuvas. Além do desconforto, a umidade relativa do ar muito baixa pode ocasionar problemas sérios de saúde e agravar quadros clínicos de quem já possui histórico de doenças respiratórias.
O pneumologista Flávio Arbex alerta para os perigos na saúde das pessoas. “Com o tempo seco e poluído, esses poluentes podem cair na nossa via aérea e chegar até o pulmão, o que pode levar a diversos problemas de saúde. Naquelas pessoas que têm problemas respiratórios, pode piorar e desencadear crises de rinite, de sinusite, piorar o controle da asma, levando a exacerbações de asma, de enfisema, e elas podem ter que procurar os serviços de saúde. Essas pessoas podem até ter problemas cardiovasculares e crises de pressão alta porque esses poluentes chegam ao pulmão, caem na corrente sanguínea e levam a um aumento de pressão por um mecanismo de inflamação”, explica o médico.
Ele destaca que quem não possui esses tipos de patologias também é afetado pela qualidade crítica do ar. “Mesmo as pessoas que não têm problemas respiratórios ou problemas cardíacos podem sentir os efeitos dessa poluição, desse tempo seco, já que podem sentir o olho avermelhado, a garganta coçando, o nariz com coriza, espirrando, e tudo isso pode diminuir muito a qualidade de vida das pessoas”, salienta o médico.
Dicas para lidar com o tempo seco
Arbex dá algumas sugestões para minimizar os efeitos da poluição e da queda da umidade relativa do ar. “Uma dica é utilizar uma toalha molhada na janela para filtrar essa poluição durante a noite, assim como usar uma bacia com água no quarto para umidificar. Às vezes o umidificador pode ser usado no quarto, não durante a noite inteira, mas de duas a três horas antes de dormir, para que não haja um choque com o tempo seco. Sobre o ar condicionado que as pessoas usam nesse calor, tem que ver se o filtro está limpo, tanto no ar condicionado de casa quanto do carro, pois nos esquecemos que o ar condicionado do carro também deve ser limpo”, sugere.
Para o pneumologista, a hidratação é o principal recurso para amenizar os efeitos ocasionados pelo tempo seco. “É preciso manter-se muito bem hidratado, hidratar-se muito para a via aérea poder estar hidratada e conseguir eliminar a secreção, porque esse é um trabalho que a via aérea faz. Os pulmões fazem essa limpeza, o nariz e a garganta podem fazer isso também, mas para isso têm que estar bem hidratados”, acrescenta.
Arbex menciona ainda a importância de manter as vacinações em dia e se atentar aos horários ideais para a prática de atividades físicas. “É preciso manter-se vacinado porque isso pode confundir com outras doenças, com a própria Influenza ou resfriados comuns. Estamos em época de Covid, então vale a pena vacinar para ter essas doenças controladas e não piorar um possível quadro que venha a acontecer. E aqueles pacientes que têm doenças crônicas devem manter o tratamento otimizado para evitar que a poluição leve ao descontrole dessas doenças. E uma outra dica importante é evitar fazer exercício físico intenso, principalmente das 10 às 16 horas, que é o horário mais quente e seco do dia”, finaliza o pneumologista.
Currículo
Flávio Ferlin Arbex é formado em Medicina pela Universidade Federal de São Paulo – Escola Paulista de Medicina (UNIFESP/EPM), instituição na qual realizou residência em Clínica Médica e Pneumologia e o doutorado em Pneumologia. É membro das Sociedades Paulista e Brasileira de Pneumologia (SPPT e SBPT) e das Sociedades Americana e Europeia de Pneumologia (ATS e ERS). É professor de Pneumologia e coordenador do ambulatório DPOC da UNIARA. Sua clínica está localizada na Avenida Dr Gastão Vidigal 310, Jardim Primavera, Araraquara. Mais informações pelo site www.flavioarbex.com.br ou pelo telefone (16) 3358-0919.