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Banda de Araraquara tem o ‘Melhor Disco Nacional de 2023’

Renomado jornalista da mídia especializada colocou Ambivalence, da Dead or A Lie, no topo dos lançamentos do último ano

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Matheus Vieira, Wiliam Albino e Carlos Oliveira: Dead or a Lie com a capa de Ambivalence

Lançado em novembro de 2023, “Ambivalence”, sexto álbum da banda araraquarense de stoner/hard rock Dead or a Lie, foi coroado como o “Melhor Disco Nacional de 2023”. A afirmação foi feita pelo renomado jornalista carioca Marcelo Vieira, redator atuante nos respeitados sites Marcelo Vieira Music e Igor Miranda (Música e Jornalismo), cuja lista está disponível no portal Rock On Board (link).

Em seu texto, Vieira ressalta a importância de um crítico musical olhar além dos nomes mais populares do metal brasileiro. Alguns também lançaram trabalhos novos em 2023, como Angra, Crypta, Edu Falaschi, Nervosa, entre outros. Para ele, a Dead or A Lie superou todos esses nomes.

“São artistas que são apenas a ponta do iceberg, e para termos noção exata do que rola abaixo do nível do mar é necessário mergulhar; e nesses mergulhos a subcultura metálica canarinho invariavelmente revela-se tanto complexa como diversificada”, pontua.

“Ambivalence” foi gravado em Araraquara/SP, no estúdio Sunrise Music, com produção de Ali Jr, baixista do CPM 22. “Apesar de se definirem como stoner e hard rock, a banda não se limita a esses estilos; é uma mistura digna de um torcicolo na manhã seguinte. Uma pitada de grunge aqui, uma textura mais industrial ali; vocais rasgados à anos 2000 e nuances do século passado. E o melhor de tudo: nada soa deslocado, forçado ou aleatório. É milimétrico e, por incrível que pareça, soa perfeitamente orgânico”, afirma o jornalista.

Membro fundador e guitarrista, Matheus Vieira pontua que esse prêmio é um resultado de um esforço gigantesco, pois o álbum foi o primeiro gravado sem os três integrantes in loco no estúdio. Wiliam Albino, antes atuante como vocalista e baterista, ficou só com as melodias vocais, fazendo a captação na cidade de Florianópolis/SC, onde reside.

“Neste contexto é mais do que necessário agradecer e ressaltar as participações magistrais do baterista Daniel Cestari e do tecladista Matheus Botelho. Sem contar o carinho e dedicação do Ali JR, um dos pilares que ajudam a sustentar esse novo momento artístico da banda”, comenta.

O guitarrista Carlos Oliveira lembra que este não é o primeiro álbum premiado da Dead or A Lie. “Monster”, de 2020, ganhou duas medalhas de ouro, entregues pelos sites Arte Metal e Underground Extremo. “Também fomos indicados, agora e anteriormente, aos melhores do ano da Roadie Crew. Quem sabe rola mais alguma menção. Toda vez que somos citados, a alegria é muito garante”, afirma.

CONTEXTO

“Ambivalence” é inspirado no conceito filosófico de ambivalência do renomado sociólogo polonês Zygmunt Bauman. A ideia é promover uma singular jornada musical, explorando, liricamente, as contradições da vida, o caos das emoções e a busca por significado em um mundo incerto. A alegoria foi imaginada por Matheus Vieira com o objetivo de manter uma linha de raciocínio a fim de costurar, conceitualmente, os trabalhos da banda.

Além dos álbuns citados, “Ambivalence” e “Monster”, formam a discografia da DoAl: On The Road With The Young Guns (2012), Walk On Home, Boy (2013), Last Man Standing (2014) e Unholiness (2016). Fundada no fim de 2009, foi headliner em duas edições do Araraquara Rock e uma vez do Festival Rock Na Estação (São Carlos); rodou o interior em shows em casas especializadas e também dividiu palco com Angra, Ratos de Porão, Viper, entre outros.