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Bolsonaro: o Exército e sua cúpula politizada lhe negam apoio para supostas más intenções

O jornalista e sociólogo José Maria Viana de Souza escreve sua coluna nos fins de semana em nosso Portal RCIA, narrando o que acontece nos bastidores políticos.

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BOLSONARO E A INDISCIPLINA

Desde o início de sua carreira militar e política o atual presidente Jair Bolsonaro pautou sua vida pela “indisciplina”, conforme analisa o ex-ministro da Defesa Aldo Rebelo. No Exército, além de pequenas explosões que organizou em quartéis e numa adutora do Rio de Janeiro e também na defesa de melhores soldos especialmente para soldados, cabos e sargentos, demonstrava essa indisciplina, tanto que após esses pequenos barulhos, foi convidado pelo Exército a “pedir para sair”. Como deputado continuou se pautando pela indisciplina, mas como sempre foi baixo-clero, ninguém se incomodava muito!

ATITUDES GOLPISTAS

Foi eleito não apenas pela promoção da corrupção generalizada do PT – que nega, mesmo com a devolução de módicos mais de R$ 6 bilhões – mas especialmente na fresta do desarranjo e da polarização que capitaneou se aproveitando da “facada” que o transformou em coitado e pôde se esconder dos debates e aproveitou, pela primeira vez, o novo nicho que se abriu em eleições nas redes sociais e a massiva desinformação das Fake News. Eleito, procurou desacreditar as instituições para governar sozinho sem a vigilância do Congresso e do STF numa espécie de golpe brando duradouro, cada vez endurecendo mais. Não obteve sucesso até então porque o Exército e sua cúpula politizada lhe negam apoio para essas intenções.

SALVADOR DA PÁTRIA

Sem apoio do Exército para seu sonho maior, procurou desarrumar a República e a democracia com uma linha ideológica dura, mas burra, patrocinada por alguns de seus ministros – e o guru (hoje morto) Olavo de Carvalho – que foram caindo um por um, diante das patacoadas. A ideia era chegar numa situação intolerável de crise institucional para ele chamar para si o controle e aparecer como único Salvador da Pátria, governar controlando tudo e implantar uma escalada conservadora que seria ainda pior que a situação anterior ao Golpe de 1964, que bem ou mal, conseguiu um certo nível de modernização do país.

CAPITAL ELEITORAL

Bem… Intenções cerceadas pelo funcionamento das instituições democráticas que levou o STF a tomar atitudes políticas, entre tantas, a ressurreição do Lula, partiu para recuperar o capital eleitoral que o elegeu presidente: bondades temporárias e eleitoreiras… Tiro no pé aqui e acolá, especialmente no enfrentamento da pandemia – esta sim poderia ter feito dele um estadista difícil de ser derrotado, mas como ele não é estadista, apenas desagregador e candidato a pequeno ditador – não conseguiu recuperar os votos para tentar enfrentar Lula.

JOGOU A TOALHA

Jair Bolsonaro se desesperou antes da hora e do início da campanha. Perdeu parte de uma elite empresarial que não é burra e que percebeu que o presidente não acrescentava nada para ela… E também grande parte da massa de pobres que o acompanhou na eleição, mas que sentiu na pele que nos governos petistas vivia-se melhor e pelo menos comia! O presidente jogou a última cartada, desacreditar as instituições e o sistema eleitoral diante de embaixadores de muitos países, ganhando a reprovação de todos e do mundo. Foi novo tiro pela culatra! Está quase sozinho!

GANHAR NO TAPETÃO

O Centrão – deputados e senadores que o apoiam no Congresso e os presidentes das duas Casas – percebeu que o presidente jogou a toalha e ameaça abandoná-lo porque está sem perspectivas e sem forças para ganhar a eleição que o grupo acreditava levar no primeiro turno. Sem essa garantia o Centrão que só quer se eleger e tirar proveito do governo, também está desistindo. Agora preste atenção, as atitudes do presidente o levam a tentar o desespero que acometeu Donald Tramp nos EUA… Desestabilizar tudo para ganhar no tapetão… Ou seja, apoiado nas polícias militares da maioria dos estados, cujo baixo clero e também as altas patentes estão com ele – pois o Exército inteligente não o apoia – e tentar e tentar… Vocês sabem o que digo! Não ficaria surpreso se ele tentar. O pior é se ele conseguir. Deus nos livre!

MASSUCATO, O DESCONHECEDOR

O pré-candidato a deputado federal Valdir Massucato (Patr) que está com sangue nos olhos porque foi duramente criticado pela Seção, anunciou no seu Facebook que recebeu denúncia de que o DataPress Instituto de Pesquisa – dirigido por este editor e que nunca errou uma pesquisa em 31 anos de existência, batendo com os resultados das urnas para o programa e o jornal do Magdalena, Tribuna Impressa, O Imparcial e outros, em todo o Estado – estaria fazendo pesquisa a lápis. Massucato ao tentar se mostrar como o paladino da moralidade só demonstra que é iniciante na política, eleição, pesquisa e lei eleitoral. Não existe uma lei que diga como deve ser respondido um questionário de pesquisa… Se a lápis, caneta, eletrônico, giz ou jenipapo. Fazemos pesquisas para quem quiser contratar, obrigado!

FAKE NEWS

Portanto, cuidado eleitor, Massucato tem essa tendência “Fake News”, como o chefe dele Jair Bolsonaro e seguidores. Falar que fazer pesquisa a lápis impõe dúvida é acreditar em Papai Noel, unicórnio, dragão e em visagem! Só gente sem cultura acredita em superstição. Em 2016 o José Carlos Magdalena criticou o promotor eleitoral da época quando ele falou ao vivo no programa que fazíamos pesquisa a lápis. O Magdalena instruído por nós lhe perguntou: “Promotor o sr. sabe o que diz a lei eleitoral sobre pesquisa feita a lápis?”, ao que ele respondeu gaguejando: “Não”! “Então como o sr.  faz uma denúncia vazia dessas”?

RESULTADO DA ELEIÇÃO

Sobre o resultado da eleição 2020 que Massucato diz que erramos, pois na nossa pesquisa estava 13% para Lapena e ele teve 36%. A pesquisa foi feita 20 dias antes das eleições e publicada n’O Imparcial, dois, três dias depois. Ocorre que, no dia da pesquisa havia 15% de indecisos. E os 15% no dia da eleição têm que ir para algum lugar, não evaporam. No dia da eleição, com receio do Edinho ganhar, todos os indecisos votaram no Lapena, mais os destes e de outros candidatos que concorriam. Nossos resultados já explicados na imprensa, na época, bateram todos: 46% para Edinho que foi a manchete do jornal no dia da eleição. Todos os outros bateram iguais, inclusive o Coca que caiu na pesquisa editada em relação anterior. Seus índices foram para o Lapena… Deu exatamente 36%, o que o Lapena teve.

ELEIÇÃO DE GOVERNADOR

A eleição para governador de São Paulo está cada vez mais interessante mesmo antes de começar. Fernando Haddad (PT) que tomou a ponta na pré-campanha, sofre desgastes em função de sua rejeição que é maior no Estado do que sua intenção de voto, segundo DataFolha. Márcio França (PSB) se desidratou e partiu para o Senado (é forte candidato ao Senado). O governador Rodrigo Garcia que começou tímido assumiu a segunda posição seguido por Tarcísio Freitas (Rep). Garcia vem crescendo forte pelo interior e Tarcísio não parece acompanhar o desempenho de Jair Bolsonaro amarrado em sua chapa.