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Bolsonaro volta a Ribeirão Preto para visitar primeiro dia da Agrishow

Governador do Estado Tarcísio de Freitas ‘abriu’ Agrishow ao lado de Bolsonaro, políticos e organizadores com agrados ao agronegócio; encontro serviu para a entrega de títulos de regularização fundiária aos assentados.

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Ex-Presidente ao lado do governador Tarcísio de |Freitas nesta segunda-feira em Ribeirão Preto (Foto: Alfredo Risk)

Com a cerimônia oficial cancelada pela organização “em virtude de toda a repercussão gerada”, o auditório do Instituto Agronômico (IAC), órgão da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, uma solenidade marcada para a entrega de títulos de regularização fundiária e assentamentos acabou se transformando na abertura extraoficial da Agrishow 2023, na manhã desta segunda-feira (1º.).

Ao lado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) precisou se esforçar para encontrar espaço num palanque lotado de políticos e autoridades, como o secretário de Agricultura, Antonio Julio Junqueira de Queiroz, o prefeito Duarte Nogueira e o presidente da Agrishow, Francisco Maturro, e anunciar medidas do governo paulistas para ao agronegócio.

“Temos muito orgulho do agronegócio paulista, que é importante e faz a diferença na nossa economia”, começou Tarcísio, recebido com muitas palmas pelos apoiadores que lotaram o auditório e buscavam a todo momento o melhor ângulo para uma selfie com o governador e o ex-presidente ao fundo, antes de tocar discretamente em um dos pontos críticos que ajudaram a afastar o Governo Federal do evento. “Vamos proteger no estado a propriedade privada, não vamos tolerar de invasões de terra. Aqueles que invadirem terão um destino só: a cadeira. São Paulo vai dar o exemplo”.

O governador prometeu que até o final de 2026 todo o estado estará conectado. “Para aumentar produtividade temos que ter conectividade, por isso estamos trabalhando com empresas de telefonia para levar sinal para cada ponto do estado, agregando também o pequeno e o médio produtor”.

Tarcísio também antecipou a intenção de suplementar o Plano Safra, que deve ser anunciado no próximo mês. “Vamos ter aqui nossa subvenção”, afirmou, citando como exemplo uma linha subsidiada do Desenvolve SP no valor de R$ 200 milhões, com taxa “Selic + zero”, e outras com juros em torno de 3 a 4%. “Vamos operar o maior volume da história de São Paulo para garantir crédito e seguro”, garantiu o governador.

Antes de encerrar o discurso, que teve pouco mais de 10 minutos, Tarcísio prometeu uma linha de crédito aos fabricantes da maquinas e implementos, usando para isso a liberação de créditos de ICMS. “Vamos dar prioridade para nossas empresas, o que vai gerar emprego, produtividade e movimentar o agronegócio”, finalizou.

POLÍTICOS QUE NÃO ATRAPALHEM

Quando muitos já deixavam o auditório para acompanhar a visita da comitiva à feira, Bolsonaro decidiu atender os pedidos e discursou por cerca de oito minutos. Começou ressaltando que visita a Agrishow “desde antes de ser presidente, em 2018”, para depois declarar amor ao agronegócio. “Ele está nos nossos corações. Podemos viver sem muita coisa, mas nunca sem o alimento”, disse antes de arrancar, mais uma vez, gritos de “mito”.

A maior parte da fala do ex-presidente, porém, foi dedicada a Tarcísio, a quem chamou de “nosso governador”, relembrando também ser paulista – Bolsonaro é natural de Glicério, na região sudeste do estado.

Disse, primeiro, que ele “vem surpreendendo”. Depois, ressaltando as qualidades técnicas e obras realizadas quando ministro da Infraestrutura de seu governo, corrigiu dizendo ser uma “grata satisfação”.

Sem entrar em detalhes, Bolsonaro disse que tem que considerar como página virada “coisas que muitas vezes acontecem”. “A vida continua até o dia que Deus chamar para a eternidade”, e comparou a atuação do ministro do Meio-Ambiente de seu governo, Ricardo Salles, com a atual política para o setor. “No meu governo vocês sabem como eu tratei essas questões. Nunca tive má vontade com os indígenas”, afirmou.

Ainda falando sobre seu governo, arrancou aplausos ao afirmar que “o agro precisa de políticos que não o atrapalhem”. “Era o que dizia para os meus ministros”. (Informações Tribuna/Ribeirão)