Foi um tal de trocar mensagens nas redes sociais; só que um prá lá e outro prá cá. Isso durou três meses. Um amor platônico – termo utilizado para um amor não realizado, idealizado, a distância. Vivida às custas da internet a tentação foi ganhando força, formando par com a frase de Vinicius de Morais – “não tem bem que sempre dure e nem mal que nunca acabe”.
Dito e feito pensou o rapaz que se correspondia com a mulher casada e residente na região norte de Araraquara. “É hoje que eu vou pra maracangalha”, gritou bem alto, pegando suas traias e vindo desembarcar onde ele pensou que seria o paraíso.
Logo cedo chegou em Araraquara e se postou diante do portão convicto que tão cedo veria a deusa dos sonhos. Que nada, o portão se abriu e sai o marido para trabalhar: “O que que é rapaz, que tú tá fazendo aqui, seis e meia da manhã?”
De pronto o rapaz respondeu: “Eu que te pergunto, o que você tá fazendo dentro da casa”. Ora, respondeu o marido, estou na minha casa, com a minha mulher e você o que tá querendo aqui? retrucou.
A esta altura a gritaria ecoava pelo bairro, vindo acompanhada por murros, pontapés e empurrões em cima do marido. O sujeito que veio de São Paulo desapontado, tal como cachorro com o rabo no meio das pernas, balançou a cabeça e disse: “Eu vou… eu vou mas eu volto”.
E voltou, mesmo, horas depois depois rondando a casa, o que levou o marido a registrar boletim de ocorrência e a passar pelo exame de corpo de delito.