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Carla Zambelli e Walter Delgatti, o “Vermelho”, são denunciados pela PGR por invasão hacker

O procurador-geral da República Paulo Gonet encaminhou denúncia para o Supremo Tribunal Federal; são 10 crimes no total. O hacker de Araraquara está preso desde agosto do ano passado por outros crimes.

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Deputada é considerada mandante do crime e Vermelho invadiu site e inseriu documentos falsos, como um falso mandado de prisão contra Alexandre de Moraes

Nesta terça-feira (23), o procurador-geral da República Paulo Gonet denunciou a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) e Walter Delgatti Neto pela invasão ao sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) realizada em 2023. Delgatti, o “Vermelho” se tornou famoso e ficou conhecido nacionalmente como o Hacker de Araraquara.

Em 4 de janeiro do ano passado, Delgatti teria entrado no sistema do CNJ a mando de Carla Zambelli para inserção de documentos falsos no ambiente digital.

Um plano de Zambelli era inserir um documento falso que ordenava a prisão do ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes com um assinatura falsa dele mesmo.

Segundo a PGR, as evidências mostradas pela Polícia Federal indicam que “Zambelli comandou a invasão a sistemas institucionais utilizados pelo Poder Judiciário, mediante planejamento, arregimentação e comando de pessoa com aptidão técnica e meios necessários ao cumprimento de tal mister, com o fim de adulterar informações, sem autorização expressa ou tácita de quem de direito”.

Agora, a primeira turma do Supremo, composta por Alexandre de Moraes, Carmen Lúcia, Luiz Fux, Cristiano Zanin e Flávio Dino vai avaliar se recepciona a denúncia.

Constam contra Zambelli e Delgatti dez crimes. Sete são expostos no artigo 154-A e parágrafo 2 do Código Penal, se referindo a invasão de dispositivo informático. Outros três estão no artigo 299 do CP (falsidade ideológica), por terem inserido documentos ideologicamente falsos no sistema informático.

Delgatti está preso desde agosto pelo crime e Zambelli nega participação no esquema, afirmando que o hacker é um “mitômano”.

O QUE DIZ A POLÍCIA FEDERAL

Segundo as investigações da Polícia Federal, Delgatti foi o executor do crime – ele já confessou sua participação – e Zambelli foi a mentora.

O hacker relatou ter recebido R$ 40 mil de Zambelli para promover o atentado hacker. Em fevereiro, quando ambos foram indiciados pela Polícia Federal, a defesa de Delgatti reiterou sua participação no crime.

“Desde sua prisão, Walter confessa sua participação na invasão da plataforma do CNJ. O indiciamento de Carla Zambelli confirma que Walter, a todo momento, colaborou com a justiça, levando a PF até a mandante e financiadora dos atos perpetrados por ele. No mais, a defesa pretende reiterar o requerimento que tem como objetivo a liberdade de Walter, ausente motivo para manutenção da custodia cautelar, uma vez encerrada a investigação”, disse, em fevereiro, Ariovaldo Moreira, advogado do hacker de Araraquara