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Caso Sponton: Por antecipar voto na instrução processual, vereadores pedem saída de Brunelli do Conselho de Ética

Em suas últimas declarações a vereadora Filipa Brunelli, do PT, foi fundo, referindo-se ao trabalho do Conselho de Ética como se fosse - um ato simbólico - visando proteger Emanoel Sponton, do PP, no caso da suposta "rachadinha". Um grupo de vereadores entende que ela - como membro do conselho não poderia se manifestar pois as testemunhas nem foram ouvidas.

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Filipa Brunelli avançou o sinal e antecipou trabalho do Conselho que ela faz parte no caso Sponton como um ato simbólico da Câmara

Os vereadores Baldassari (Novo), Cristiano da Silva (PL), Dr. Lelo (Republicanos), Enfermeiro Delmiran (PL), Geani Trevisóli (PL) e Marcelinho (PP) protocolaram na tarde desta sexta-feira (28) pedido de afastamento da vereadora Filipa Brunelli do Conselho de Ética para garantia de imparcialidade no processo administrativo instaurado contra o vereador Emanoel Sponton, do PP, acusado de suposta “rachadinha” na Câmara Municipal de Araraquara.

A declaração antecipada de voto pedindo a condenação de Sponton sem antes passar pelo Conselho de Ética e do qual Brunelli faz parte é perfeitamente clara, chamando a atenção dos vereadores que formam a base do Governo Lapena no Legislativo, fazendo investida contra o grupo de forma clara, além de insinuar como vai agir.

Os vereadores que assinam o documento asseguram que – tão logo foi formado o referido conselho já se procedeu à abertura de processo administrativo visando apurar suposta prática criminosa (“rachadinha”) que teria sido perpetrada pelo vereador Emanoel Sponton no exercício de sua atribuição parlamentar. O referido processo encontra-se em sua fase inicial, aguardando a instrução probatória, comentam.

A solicitação de afastamento de Brunelli está fundamentada em fazer nas redes sociais, um pré-julgamento de culpa do vereador acusado, segundo suas postagens nos dias 23 e 24 de março do corrente ano: 23 de março às 15h04, onde diz ironicamente: “Seguimos aguardando os próximos capítulos da política araraquarense… De camarote, observando a conduta ‘exemplar’ dos autoproclamados cidadãos de bem, rs.”

Coincidentemente o caso de Sponton tem o seu momento mais tenso no dia 25 de março quando o Supremo Tribunal Federal inicia o julgamento de Jair Messias Bolsonaro e todos os seus comparsas pela tentativa de golpe de Estado, comenta a parlamentar, daí a razão da sua fala.

“Diante disso, observem só: quis o universo que, nesse mesmo dia, aqui em Araraquara, enquanto o STF está julgando os golpistas, o bolsonarismo e toda essa hegemonia política, tenha início a abertura de um processo de investigação contra um vereador da mesma ideologia de Bolsonaro na nossa cidade, acusado de corrupção. É simbólico o que acontece hoje. Falo isso com grande tristeza, porque infelizmente esse projeto de destruição da classe política só contribui para o enfraquecimento da democracia brasileira”.

Ao se referir a formação do Conselho de Ética e ao serviço que o grupo vai desempenhar, Filipa Brunelli trata a ação parlamentar como mero ato simbólico, duvidando da seriedade dos seus componentes. Assim, de acordo com os membros da comissão a “vereadora Filipa outra vez demonstrou não ter a necessária e devida imparcialidade para julgar o caso em questão, já que, antes mesmo da apuração dos fatos, da oitiva de testemunhas e depoimentos dos envolvidos, manifestou publicamente um juízo de culpabilidade do investigado já consolidado”.

O pedido de afastamento de Brunelli se reforça com na tese de que “visando garantir que o vereador (Sponton) tenha um julgamento imparcial, sem perigo de ser anulado posteriormente, torna-se de rigor que a vereadora Filipa seja afastada desse julgamento, já que ela já manifestou seu juízo de culpabilidade do acusado, mesmo antes de iniciada a instrução processual.

Dada a urgência dessa instrução processual – a saída de Filipa Brunelli, de acordo com os vereadores, tem que ser rápida.