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Censo regionalizado mostra que São Carlos tem uma população em situação de rua maior que Araraquara

De acordo com o censo, região contabiliza 520 pessoas em situação de rua, sendo 337 na rua e 183 acolhidas. A cidade de São Carlos contabiliza 235 pessoas em situação de rua, seguida por Araraquara (168). Outras estão espalhadas em cidades menores.

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Medalha de Ouro que cidade nenhuma deseja ter na prateleira

Em um evento realizado de forma remota nesta sexta-feira (20), foi entregue o Censo Regionalizado da População em Situação de Rua, que marca a consolidação de uma política pública inovadora, realizada pelo Consórcio Intermunicipal da Região Central (CONCEN) em parceria com 10 municípios. A iniciativa reúne esforços de Américo Brasiliense, Araraquara, Ibaté, Ibitinga, Itápolis, Ribeirão Bonito, Rincão, Santa Rita do Passa Quatro, São Carlos, Tabatinga e Taquaritinga. O encontro online para conhecer os resultados dessa iniciativa pioneira foi conduzido pela Qualitest, empresa responsável pela execução do serviço, e reuniu representantes do CONCEN e gestores públicos dos municípios consorciados.

De acordo com o censo, a região contabiliza 520 pessoas em situação de rua, sendo 337 na rua e 183 acolhidas.  A cidade de São Carlos contabiliza 235 pessoas em situação de rua, seguida por Araraquara (168), Ibitinga (45), Taquaritinga (34), Américo Brasiliense (16), Itápolis (15) e Santa Rita do Passa Quatro (7).

O perfil socioeconômico revela que 84% são homens e 16% mulheres, e a faixa etária predominante é de 25 a 48 anos de idade, sendo 62,4% entre 37 e 60 anos e 27,9% entre 25 e 36 anos. O levantamento aponta que 49,8% são pardos, 28,8% brancos, 20,4% pretos e 1% de outras cores/raças. Sobre a origem, foi apurado que 81,7% são nascidos no estado de São Paulo, seguido por Paraná, Bahia e Pernambuco, com 5,9%, 3,8% e 1,9%, respectivamente.

Entre os motivos para estarem em situação de rua, em primeiro lugar estão conflitos familiares (54,8%), seguido por dependência de álcool (24,7%), dependência de drogas ilícitas (23,7%), perda de moradia (11,8%) e perda de trabalho (9,7%). Mais de 57% estão nas ruas há mais de 5 anos e na mesma cidade. Por trás desses números, estão histórias de vida marcadas por dificuldades, mas também pela esperança de um futuro melhor.

POR QUE O CENSO É IMPORTANTE

Compreender a realidade da população em situação de rua é essencial para direcionar políticas públicas eficazes e garantir a inclusão social. O levantamento, realizado em parceria com universidades e organizações não governamentais, trouxe dados detalhados sobre o perfil socioeconômico, os desafios enfrentados e as necessidades urgentes desse público vulnerável.

RESULTADOS

A análise dos dados permitirá aos municípios consorciados planejar ações coordenadas para o atendimento à população em situação de rua. “Agora, temos ferramentas para agir com mais precisão e sensibilidade”, afirmou José Antônio da Silva Júnior, Secretário Executivo do CONCEN.

Entre as medidas discutidas durante o evento estão a ampliação de abrigos temporários, a oferta de qualificação profissional e o fortalecimento das redes de apoio à saúde mental.

COOPERAÇÃO EM DESTAQUE

A realização do censo é um exemplo claro de como a colaboração entre municípios pode gerar soluções eficientes para desafios comuns. O Presidente do CONCEN, Luiz Antonio Noli, destacou a importância do trabalho conjunto: “Não é apenas um levantamento; é uma ponte para transformar vidas”.

O QUE VEM PELA FRENTE

Com os resultados em mãos, os próximos passos incluem o desenvolvimento de um plano de ação integrado, um protocolo de atendimento regionalizado, a sensibilização da sociedade e a busca por parcerias com o setor privado. O objetivo é claro: garantir dignidade, inclusão e oportunidades a todos os cidadãos da região central.

A entrega do Censo Regionalizado marca o início de um novo capítulo para a região central, reafirmando o compromisso dos municípios em enfrentar, juntos, os desafios sociais e construir uma sociedade mais justa e acolhedora.