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Cesta básica araraquarense apresenta nova alta em abril

Grupo de alimentação apresentou a maior elevação percentual em relação a março, puxando os preços para o alto

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Entre os grupos, a alimentação e limpeza doméstica apresentaram redução de preços, enquanto a higiene pessoal encareceu

O valor médio da cesta básica em Araraquara apresentou aumento de 3,03% em abril, segundo pesquisa mensal do Núcleo de Economia do Sincomercio Araraquara. O custo da cesta, que em março deste ano era de R$ 902,46, agora passou para R$ 929,82 – um encarecimento de R$ 27,37. Essa é a quarta alta consecutiva desde dezembro de 2021, último mês com redução de preços, segundo o levantamento.

Em abril, o grupo de alimentação apresentou a maior elevação percentual em relação a março, com alta de 3,19%. Na sequência, aparecem os itens de higiene pessoal e limpeza doméstica, que subiram 3,01% e 1,13%, respectivamente. No mesmo mês, os produtos que mais encareceram foram: batata (29,6%), feijão carioca (10,2%), frango inteiro (9,7%), sabão em barra (6,4%) e molho de tomate (6,2%). E as quedas foram: cebola (-2,2%), carne de segunda – acém (-1,85%), carne de primeira – contrafilé (-0,4%), sabão em pó (-0,27%) e água sanitária (-0,12%).

O aumento que mais impactou o bolso do consumidor também foi da batata inglesa, que elevou o custo da cesta analisada em R$ 6,36. Por outro lado, a redução no preço da carne de segunda – acém provocou uma redução de R$ 2,38 no custo médio da cesta.

A batata registrou a maior variação mensal percentual e absoluta. Essa elevação é resultado, segundo o CEPEA-ESALQ/USP e a CONAB, de choques simultâneos.  Pelo lado da demanda, a Semana Santa foi o principal fator de pressão nos preços. Nessa data, o consumo de batata tradicionalmente aumenta, razão pela qual as cotações mostram-se elevadas nessa época do ano.

“Este período também é caracterizado pela transição entre a safra das águas e a safra de inverno, que, em geral, apresenta menor produção de algumas culturas, entre elas, a batata. Além disso, os problemas climáticos também impactaram as cotações de modo significativo. As chuvas intensas e o calor excessivo reduziram a produtividade e as colheitas nas principais regiões produtoras, restringindo a disponibilidade do tubérculo e elevando os preços”, avalia Icaro Zancheta, pesquisador do Sincomercio.

INFLAÇÃO ACUMULADA EM 12 MESES

A variação acumulada em 12 meses para o custo total da cesta foi de 18,59% e os produtos com maior variação positiva entre maio de 2021 e abril deste ano foram: batata inglesa (111,9%), café torrado (90,0%), açúcar refinado (46,0%) e sabão em barra (44,4%). Apenas três produtos apresentaram variação negativa no mesmo período: arroz branco (-8,32%), cebola (-6,72%) e água sanitária (-3,58%).

Desde dezembro de 2021 no topo do ranking de produtos com maior aumento percentual acumulado em 12 meses, em abril o café torrado dá lugar à batata inglesa. Isso se deve aos expressivos resultados recentes do tubérculo devido as condições destacadas. Já em relação ao café, segundo a CONAB, a restrição da oferta no mercado interno mantém os seus preços pressionados. Com a manutenção do patamar elevado das cotações nas principais praças financeiras e a demanda exportadora aquecida, os cafeicultores têm preferência pela comercialização do produto no mercado internacional.

Já entre as quedas, o destaque segue sendo o arroz que, apesar de altas consecutivas nos últimos dois meses, passa hoje por um processo de excedente de oferta, causado pelo menor volume comercializado tanto no Brasil, como no mercado externo. Com isso, os preços vêm se mantendo abaixo do auge da pandemia quando foi um dos itens mais inflacionados.

SALÁRIO MÍNIMO

O custo médio da cesta básica em Araraquara representa atualmente 76,7% do salário mínimo. O valor é 2,2 pontos percentuais acima do registrado no mês anterior, de 74,5%, e 5,4 pontos percentuais acima do registrado no mesmo mês do ano anterior, isto é, em abril de 2021, quando o valor da cesta básica representava 71,3% do salário mínimo vigente à época. Em abril de 2020, período inicial da pandemia, a cesta básica representava 61,7% do salário mínimo do araraquarense.

O tempo médio necessário para adquirir os produtos da cesta, para um trabalhador que recebe o piso nacional vigente de R$ 1.212,00, em abril, ficou em 168 horas e 47 minutos, aproximadamente. Essa jornada é superior ao mês anterior, março, quando eram necessárias 163 horas e 49 minutos de trabalho para consumir a mesma quantidade de produtos.

VARIAÇÃO ACUMULADA

No último mês, a variação acumulada anual atingiu 11,37%. Esse valor corresponde a um encarecimento de R$94,95 no custo médio da cesta básica em Araraquara para os quatro primeiros meses de 2022. O resultado é o maior desde dezembro de 2020, ano inicial da pandemia no Brasil, em que os itens analisados acumularam alta de 25,62% levando em conta todos os meses do ano.

O grupo de alimentação, que é o de maior impacto no custo total da cesta básica araraquarense, foi também o de maior influência na elevação observada, 11,8%, o que corresponde a R$81,66. Na sequência, o grupo de higiene pessoal aumentou R$ 6,73 (7,7%) e o grupo de limpeza doméstica subiu R$ 6,56 (11,6%).

Para ter acesso ao relatório completo do Núcleo de Economia do Sincomercio Araraquara, clique aqui.