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Cesta básica araraquarense registra maior alta de 2020

Inflação dos itens que compõem a pesquisa acumula majoração de 19,4% no ano

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A cesta básica araraquarense registrou alta de 6,1% em novembro. Na comparação com o mês anterior, a inflação atingiu com maior intensidade a categoria de alimentos, que teve variação de 6,9%, mas também se estendeu aos itens de limpeza doméstica e higiene pessoal, com elevações de 3,1% e 1,9%, respectivamente.

De acordo com o levantamento do Núcleo de Economia do Sincomercio Araraquara, o valor médio da cesta básica em novembro de 2020 atingiu R$ 746,34 – alta de 26,9% ou R$158,18 em relação ao mesmo período de 2019, quando o valor da cesta era de R$ 588,16. No acumulado do ano, a alta chegou a 19,4% – em janeiro, a cesta valia R$ 619,41, em média.

A apuração das variações mensais revelou também que 24 dos 32 itens estão mais caros em novembro e, entre eles, destacam-se a batata inglesa, com alta de 23,2%, o sabão em barra neutro, com 13%, e o contrafilé bovino, 11% mais caro em relação a outubro. As maiores quedas, por sua vez, ocorreram no preço da cebola (-17,3%), do alho (-9,7%) e do queijo muçarela (-8,3%).

Variação percentual dos preços da cesta básica – nov/out 2020

Fonte/Elaboração: Sincomercio Araraquara

O aumento no preço da proteína animal tem se acentuado ao longo de 2020 e ganhou tração nos últimos cinco meses. A depreciação do real frente ao dólar e a demanda interna relativamente concentrada nos itens alimentícios têm pressionado as cotações. A categoria composta pelo acém, contrafilé, frango resfriado, linguiça fresca e salsisha subiu em média 7,7% na comparação mensal, enquanto no acumulado de janeiro a novembro de 2020 o aumento já chegou a 21,9%.

Proteína Animal: evolução da inflação mensal da categoria (jan-nov/20)

Fonte/Elaboração: Sincomercio

“Hoje, considerando um trabalhador com ganho mensal de um salário mínimo (R$ 1.045), desconsiderando os descontos em folha, e jornada semanal de 40 horas, são necessárias cerca de 143 horas para a aquisição de todos os itens da cesta avaliada, o equivalente a 18 dias de trabalho”, analisa João Delarissa, pesquisador do Núcleo de Economia do Sincomercio.

Em novembro de 2019, quando o salário mínimo estava estipulado em R$ 998 e o custo da cesta foi de R$ 588,16, eram necessárias 118 horas ou 15 dias de trabalho para adquirir a mesma quantidade de bens. “Atualmente, portanto, uma pessoa em Araraquara despende de aproximadamente 25 horas ou 3 dias a mais para fazer a mesma compra, aumento de 21% em 12 meses”, calcula Marcelo Cossalter, também pesquisador do sindicado.

Nota Metodológica – A Pesquisa da Cesta Básica é uma parceria entre o Sincomercio Araraquara e o Núcleo de Extensão em Conjuntura e Estudos Econômicos, do Departamento de Economia da UNESP/FCLAR. A pesquisa é realizada semanalmente em oito supermercados de Araraquara, sempre às quintas-feiras, e avalia as variações de preço de 32 produtos segmentados nas categorias de Alimentação, Higiene Pessoal e Limpeza Doméstica.