
O valor médio da cesta básica em Araraquara apresentou um aumento mensal de 0,66% em abril, segundo pesquisa do Núcleo de Economia do Sincomercio Araraquara. Em março, o preço médio da cesta básica era de R$ 1.075,69 e, no último mês, passou para R$ 1.085,99, ou seja, encarecimento de R$ 10,30. Esta é a oitava alta seguida constatada no levantamento, com a última queda ocorrendo em agosto de 2024.
Gráfico 1 – Evolução do custo médio e variação mensal da cesta básica em Araraquara – abril/2024 a abril/2025

Dois dos três grandes grupos analisados apresentaram aumento de preço no mês: 1) higiene pessoal, que apresentou inflação de 1,55% ou incremento de R$ 1,86; 2) e alimentação, com maior peso no custo total da cesta, apresentando variação positiva de 1,21%, ou R$ 10,68 no preço médio. Já o grupo de limpeza doméstica deflacionou 3,12%, o que significou um barateamento de R$ 2,24.]
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Ainda sobre o mês em avaliação, os principais aumentos percentuais foram: 1) batata (42,2%); 2) sabonete em barra (6,9%); 3) molho de tomate (6,3%); 4) café torrado e moído (6,0%); 5) e feijão carioca (5,9%). Os produtos com maior decréscimo percentual foram: 1) sabão em barra (-9,4%); 2) arroz branco (-6,3%); 3) alho (-5,7%); 4) queijo muçarela – peça (-3,2%); 5) e farinha de mandioca torrada (-3,0%).
A batata foi o item responsável pelo maior aumento em termos monetários, provocando o acréscimo de R$ 6,66 no custo médio da cesta, em razão do aumento de R$ 1,90/kg. Na outra ponta, o item que mais aliviou o bolso dos consumidores foi o arroz branco, com um decréscimo de R$ 6,05 no custo da cesta, em razão da diminuição de R$ 2,02/pacote 5kg.
Em abril, os valores da batata registraram forte alta, impulsionados principalmente pela menor oferta no mercado, causada por problemas climáticos nas regiões produtoras. As chuvas intensas no Sul do país dificultaram a colheita e limitaram ainda mais a disponibilidade do tubérculo, o que, aliado à demanda aquecida pela proximidade da Semana Santa, pressionou as cotações para cima. Na segunda semana do mês, os preços atingiram os maiores patamares, com valorizações.
“Esse cenário refletiu a combinação de oferta reduzida, devido à queda na produtividade e ao fim da safra das águas, e de consumo elevado, marcando um mês de valorização no interior paulista”, explica Ana Clara Kirsch, pesquisadora do Núcleo de Economia do Sincomercio.
O café torrado e moído também foi responsável por puxar o preço da alimentação, diante de uma conjuntura marcada pela oferta interna limitada e pelo cenário internacional instável. A produção nacional ainda se encontrava em entressafra, com a colheita do arábica prevista para os meses seguintes e apenas início pontual da safra de robusta no Espírito Santo e em Rondônia. Paralelamente, o mercado foi impactado por fatores externos, como a imposição de tarifas pelos Estados Unidos, que geraram volatilidade cambial e incertezas quanto ao comércio internacional.
“Esses movimentos, associados à proximidade da nova safra e ao histórico recente de clima adverso nas lavouras, contribuíram para sustentar o preço do café no mercado interno, conforme apontado pelo Cepea”, diz a pesquisadora.
Já a queda no valor do arroz branco se associa ao avanço da colheita no Sul do país e à postura cautelosa dos compradores no mercado interno. Segundo análise do Cepea, apesar de o indicador ter se mantido na casa dos R$ 76,00 por saca durante boa parte do mês, os preços regionais recuaram de forma generalizada, refletindo a maior oferta com o andamento da safra. A comercialização foi limitada, com vendas pontuais voltadas à reposição de estoques, em um contexto marcado pela dificuldade de repasse de preços ao beneficiado e pelos feriados de abril. No campo, mesmo com chuvas em algumas regiões, os trabalhos foram praticamente concluídos, o que ampliou a disponibilidade e contribuiu para o recuo das cotações.
Gráfico 2 – Evolução do preço médio e da variação mensal da batata – abril/2023 a abril/2025

INFLAÇÃO
A variação acumulada no ano foi de 13,37%, o que representa um incremento de R$ 128,07 na cesta básica. O grupo de alimentação encareceu 14,59%, o que equivale a R$ 113,99, e a higiene pessoal inflacionou 18,41%, o que representa R$ 18,89 em termos monetários. Já a limpeza doméstica caiu 6,48%, ou seja, barateou R$ 4,81.
Entre os produtos, 22 dos 32 analisados oscilaram em direção ascendente – o que representa 68,75% da composição da cesta. No acumulado de janeiro a abril de 2025, destacam-se: 1) café torrado e moído (85,96%); 2) alho (46,67%); 3) ovos brancos (39,13%); 4) desodorante spray (35,88%); 5) e creme dental (34,13%). Já os itens que apresentaram as maiores reduções foram: 1) cebola (-54,38%); 2) sabão em barra (-17,36%); 3) farinha de trigo (-13,71%); 4) feijão carioca (-12,91%); 5) e óleo de soja (-10,3%).
A variação acumulada em 12 meses foi de 18,93%, ou seja, encarecimento de R$ 172,88. Sobre grupos, o de alimentação registrou inflação de 21,25%, equivalente a R$ 156,87, e o de higiene pessoal aumentou 10,41%, ou R$ 11,46. Os produtos de limpeza doméstica ficaram 7,03% mais baratos, ou R$ 4,55.
Entre os produtos, 26 dos 32 oscilaram em direção ascendente – o que corresponde a 81,25% dos itens que compõem a cesta básica analisada. No acumulado de maio de 2024 a abril de 2025 destacam-se: 1) café torrado e moído (103,02%); 2) carne de segunda – acém (37,06%); 3) óleo de soja (33,29%); 4) carne de primeira – contrafilé (32,62%); 5) e queijo muçarela – peça (23,83%). Já os produtos com as maiores reduções percentuais foram: 1) cebola (-60,82%); 2) batata (-14,55%); 3) feijão carioca (-11,08%); 4) farinha de trigo (-5,5%); 5) e arroz branco (-3,71%).
SALÁRIO-MÍNIMO
O custo médio da cesta básica em Araraquara representa, até o mês de abril de 2025, cerca de 71,5% do salário-mínimo. O valor é superior ao registrado no mês anterior e aproximadamente 7 pontos percentuais acima do registrado no mesmo mês do ano anterior, isto é, em abril de 2024, quando o valor da cesta básica representava 64,7% do salário-mínimo vigente à época. Em abril de 2023 e 2022, a cesta básica custava, em média, R$ 923,97 e R$ 929,82, representando, respectivamente, 71% e 76,7% do salário-mínimo do araraquarense.
O tempo médio necessário para adquirir os produtos da cesta, para um trabalhador que recebe o piso nacional vigente de R$ 1.518,00, ficou em 157 horas e 23 minutos, aproximadamente. Essa jornada é superior ao mês anterior, março de 2025, quando eram necessárias 155 horas e 53 minutos de trabalho para consumir a mesma quantidade de produtos.
Gráfico 3 – Variação mensal do preço médio dos produtos componentes da Pesquisa de Preços da Cesta Básica em Araraquara – abril/2025

Coordenação de pesquisa: Elton Casagrande | Pesquisadores: Maria Clara Kirsch Junqueira e Bruno H. Camacho