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Cesta básica em Araraquara tem alta de 2,17% em maio, revela Sincomercio

Inflação nos grupos de alimentação e higiene pessoal impulsionam o aumento, enquanto limpeza doméstica apresenta queda no preço

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Batata encareceu (53,15%)

A cesta básica araraquarense apresentou alta de 2,17% em maio, segundo a pesquisa mensal do Núcleo de Economia do Sincomercio Araraquara. Em abril, o preço médio da cesta foi de R$ 913,11, passando para R$ 932,97 no último mês, o que representa um encarecimento de R$ 19,86.

Gráfico 1 – Evolução do custo médio e variação mensal da cesta básica em Araraquara – maio/2023 a maio/2024

Fonte/Elaboração: Sincomercio Araraquara

Dois dos três grandes grupos apresentaram aumento de preço: higiene Pessoal, com inflação de 0,55% ou um acréscimo de R$ 0,61; e alimentação, que possui maior peso no custo total da cesta, apresentou variação positiva de 2,70% ou aumento de R$ 19,90 no preço médio. Já o grupo de limpeza doméstica apresentou deflação de 1,01%, o que significou um barateamento de R$ 0,65 no custo do item.

Ainda em maio, os principais aumentos percentuais foram: batata (40,1%); queijo muçarela – peça (11,9%); macarrão com ovos (6,3%); carne de segunda – acém (5,7%); e creme dental (4,4%). Os produtos com maior decréscimo percentual foram: ovos brancos (-10,2%); cebola (-7,1%); extrato de tomate (-4,2%); feijão carioca (-3,8%); e frango resfriado inteiro (-3,8%).

A batata foi responsável pelo maior aumento em termos monetários, provocando o acréscimo de R$ 10,53 no custo médio da cesta, em razão do aumento de R$ 2,63/kg. Na outra ponta, o item que mais aliviou o bolso dos consumidores foram os ovos brancos, com um decréscimo de R$ 3,17 no custo, devido a diminuição de R$ 1,06 no preço da dúzia.

O aumento de preços da batata é explicado pela influência das catástrofes climáticas no Rio Grande do Sul, que causaram danos significativos às lavouras e atrasaram as colheitas de acordo com análises do CEPEA – ESALQ/USP. “Fora isso, o fim da safra das águas e o início tardio da safra das secas em áreas como Guarapuava (PR) e Triângulo Mineiro (MG) agravaram a redução da oferta. Esse contexto, aliado ao aumento da demanda regional, resultou em uma elevação dos preços”, explica Maria Clara Kirsch Junqueira, pesquisadora do Núcleo de Economia do Sincomercio.

Já o aumento no preço do café moído nos mercados é justificado pela valorização significativa das variedades arábica e robusta, impulsionada pelo câmbio, preocupações com os estoques globais e intensa demanda internacional, especialmente devido a problemas climáticos e logísticos enfrentados por produtores na Ásia. O indicador CEPEA/ESALQ do café arábica tipo 6 subiu 21,2% no mês, enquanto o robusta teve uma alta de 19%. “Nesse caso, a combinação de oferta reduzida, alta demanda e condições climáticas adversas elevou os preços e incentivou maior número de negociações”, diz a pesquisadora.

Com relação aos movimentos de baixa, os ovos brancos foram o item do grupo de alimentação com a maior redução monetária, contribuindo para o decréscimo de R$ 3,17 no custo médio da cesta, em função da diminuição de R$ 1,06/dúzia. Ainda de acordo com o relatório da CEPEA – ESALQ/USP, os preços dos ovos comerciais caíram em todas as praças acompanhadas pelo centro. A pressão sobre os valores veio, sobretudo, do enfraquecimento da demanda, o que interrompeu o movimento de estabilidade observado nas quatro semanas anteriores, impactando em desvalorizações do produto.

Para acessar a pesquisa completa, acesse aqui

Gráfico 2 – Evolução do preço médio e da variação mensal da Batata  – maio/2022 a maio/2024

Fonte/Elaboração: Sincomercio Araraquara

INFLAÇÃO

No acumulado de janeiro a maio de 2024, a cesta básica barateou R$ 24,95 – o que corresponde a 2,60% de redução. Entre os grupos, a alimentação e limpeza doméstica apresentaram redução de preços, enquanto a higiene pessoal encareceu. Os produtos de limpeza doméstica registraram queda de 13,50%, ou R$ 10,01; e os itens de alimentação sofreram diminuição de 2,94%, o equivalente a R$ 22,98. Já o grupo de higiene pessoal obteve inflação de 7,83%, ou R$ 8,04.

Com relação aos produtos, 18 dos 32 produtos apresentaram encarecimento entre os meses de janeiro e maio de 2024. Os itens que com a maior alta acumulada foram: batata (53,15%); alho (36,84%); arroz branco (30,60%); desodorante spray (16,78%); e creme dental (16,13%). Os que apresentaram as maiores reduções foram: óleo de soja (-31,33%); sabão em barra (-16,42%); margarina vegetal (-15,71%); sabão em pó (-14,84%); e farinha de trigo (-11,33%). E a variação acumulada em 12 meses foi de 1,94%, ou seja, encarecimento de R$ 17,73.

SALÁRIO MÍNIMO

O custo médio da cesta básica em Araraquara representa atualmente 66,1% do salário mínimo. O valor é superior ao registrado no mês anterior e, aproximadamente, 3 pontos percentuais abaixo do registrado no mesmo mês do ano anterior, isto é, em maio de 2023, quando o valor da cesta básica representava 69,3% do salário mínimo vigente à época. Em maio de 2022 e 2021, a cesta básica custava, em média, R$ 940,20 e R$ 796,91, representando, respectivamente, 77,6% e 72,4% do salário mínimo do araraquarense.

Gráfico 3 – Variação mensal do preço médio dos produtos componentes da Pesquisa de Preços da Cesta Básica em Araraquara – maio/2024

Inflação nos grupos de alimentação e higiene pessoal impulsionam o aumento, enquanto limpeza doméstica apresenta queda no preço
Fonte/Elaboração: Sincomercio Araraquara

COMPARATIVO COM A CESTA BÁSICA DE CAPITAIS BRASILEIRAS

De acordo com o relatório do DIEESE sobre a Pesquisa Nacional da Cesta Básica, entre abril e maio de 2024, o custo da cesta básica aumentou em 11 das 17 capitais pesquisadas, com as maiores altas em Porto Alegre, Florianópolis, Campo Grande e Curitiba. As maiores quedas ocorreram em Belo Horizonte e Salvador, enquanto São Paulo registrou o custo mais alto da cesta em comparação com as capitais. Quase todas as capitais estudadas tiveram aumento de preços ao longo de um ano, com exceção de Goiânia. Os produtos da cesta que apresentaram variações significativas no preço foram o café e a batata, que subiram em todas as capitais pesquisadas devido a fatores como problemas de safra e estoque global. O preço do leite aumentou na maioria das capitais, enquanto o feijão teve uma redução geral de preço devido ao aumento da oferta.

Vale destacar que em Porto Alegre, os maiores problemas encontrados durante a pesquisa de preços foram relacionados a problemas de logística e distribuição, contrariando as expectativas de desabastecimento ocorridas durante as enchentes no Rio Grande do Sul, o que indica que um futuro cenário de estabilização gradativa pelo restabelecimento do fluxo de logística, transporte e distribuição.