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Com aval da Câmara, nome de militar é colocado em obra pública construída em terreno particular

Ainda em discussão judicial a desapropriação de uma área então privada e sobre a qual foi construído um prédio público, o vereador Lineu Carlos de Assis disse nesta manhã que o município, para aprovar, colocou o carro na frente dos bois.

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O vereador Lineu Carlos de Assis durante a sessão da Câmara na manhã desta quinta-feira

Na abertura da sessão ordinária da Câmara Municipal nesta manhã de quinta-feira (14), o vereador Lineu Carlos de Assis, do Podemos, colocou sob suspeita, a denominação da nova unidade do Corpo de Bombeiros de Araraquara, por ainda não se tratar, segundo ele, de um bem público. Projeto enviado pela Prefeitura do Município, horas antes, dando o nome do Tenente Adalberto Lucatelli ao empreendimento para aprovação e inauguração do melhoramento meia hora depois, causou estranheza ao parlamentar.

Enquanto os vereadores discutiam a aprovação do nome, cerca de 3 km dali (região do Trevo do Zanin), o cenário para a inauguração estava pronto; Assis, questionou a pressa pela aprovação do documento, insistindo em querer saber se “o terreno, primeiramente tomado pelo município com base em lei de abandono e depois adquirido por conta de uma desapropriação, já seria um bem municipal”.

Em sua fala na tribuna da Câmara o vereador fez um alerta: “Enquanto vereadores temos a obrigação de zelar e fiscalizar, independente de quem é, ou fosse, o prefeito da cidade. Para qualquer uma dessas situações mantenho a minha postura. E pergunto: a área da nova sede do Corpo de Bombeiros é da Prefeitura?”.

Em seguida insistiu: “Não sei qual a razão desse atropelo, dessa correria em denominar um espaço que não é público, ainda que, homenageando o tenente Adalberto Lucatelli, pessoa maravilhosa com uma folha positiva na história de Araraquara e do Corpo de Bombeiros”. Mas também, o parlamentar deixou claro: “Você colocar o nome de um cidadão em um local que ainda não é da Prefeitura, isso não é legal, vamos seguir o rito legal, superar todas as etapas”, destacou.

Segundo o vereador a empresa, dona da área, não deve nada para o município, quitou suas dívidas e a negociação pela desapropriação está ocorrendo, mas aquele espaço ainda não é da prefeitura, e só poderá ser denominado Tenente Adalberto Lucatelli a partir do instante que for uma área pública. “Nós não podemos cair neste erro”, alertou o vererador.

Disse mais em tom áspero: “Não há necessidade de se atropelar situações. Tem que levar o nome do Adalberto Locatelli na hora certa, com a documentação adequada, com a comprovação de que, aquilo lá, é público; no momento, é uma área privada.”

“Eu discuto a situação e não fujo de ninguém, mas não quero ficar na história da cidade por ter aprovado algo que ainda é ilegal e, o espaço é privado”, finalizou Lineu Carlos de Assis.