A abrupta mudança e introdução de novos hábitos sociais no cotidiano do ser humano (mesmo com a flexibilização da quarentena), ainda representam um grande desafio dentro deste quadro de pandemia de Covid-19 no Brasil e no mundo.
Dentro do cenário artístico, esse impacto, no decorrer dos meses, parece acumular diversas soluções, sendo as mais comuns a reinvenção e também a reflexão. Neste segundo balaio está a banda araraquarense Corréra.
Símbolo de resistência do underground no interior paulista, o grupo – que hoje executa um som rotulado de thrashcore (thrash metal com hardcore)- completa 25 anos de existência neste mês de julho.
Sem nenhum integrante original em sua formação, a banda parou suas atividades por conta da pandemia, entrando em uma fase de introspecção. Quem nos garante esse panorama é o guitarrista Vitor Craes, mais antigo membro da atual formação.
“Estamos olhando para o passado e analisando os erros e acertos. Ao mesmo tempo, olhamos para o futuro, tentando enxergar o que podemos fazer para dar continuidade a essa enorme história”, comenta.
No comando das seis cordas do Corréra desde 2001, Craes comenta que a banda já teve inúmeras facetas. Foram diversas formações com propostas musicais variadas, cantando em português e inglês. Integrantes de várias tribos, uniam-se por um bem comum: construir um nome de respeito, sinônimo de amizade e perseverança.
“Tivemos épocas mais intensas, épocas estagnadas, épocas em que a banda entrou em colapso e não existia mais. De repente, ela ressurgiu com integrantes novos e continuou a se transformar”, comenta.
Além de Craes, o Corréra hoje é formado por Julio Abreu (baixo), Álvaro Jhopar (vocal), Gabriel Barofaldi (guitarra) e Pedro Pires (bateria). Os vocalistas Lincoln Ducci e Luiz Grind, o guitarrista Danyel Piccin e a guitarrista Flavinha Antunes, o baterista Michel Chadde, além do baixista Vitão são importantes membros que fizeram parte da história do grupo.
FASES
Em seus primórdios misturando o hip hop e rock, o Corréra vive, há bons anos, na praia do rock pesado. Do metal, para ser mais detalhista. Já se apresentaram com Agnostic Front, Worst, Ratos de Porão, entre outros. Foram, por muitas vezes, a banda convidada da cidade para tocar no Festival Araraquara Rock.
Na discografia, três álbuns: “Não Dei Letra Pra Rodar” (1996), “Mutilações e Mortes” (2005) e “Human Chaos” (2013). Em 2018, lançaram o EP “Stoning” – cujo videoclipe para a faixa título pode ser conferido abaixo.
(Por Matheus Vieira)