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Edinho vence e assume o PT Nacional com discurso de unificação para construir um campo democrático

Ex-prefeito de Araraquara disse que uma das prioridades de seu mandato será garantir reeleição a Lula em 2026. Edinho foi eleito presidente nacional do PT com mais 73,48% dos 342,2 mil votos contabilizados.

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Jilmar Tatto (Secretário de Comunicação), Edinho Silva, Humberto Costa e a tesoureira Gleide Andrade (Youtube/Reprodução)

Ao ser eleito presidente nacional do PT com ampla vantagem nesta segunda-feira, o ex-prefeito de Araraquara Edinho Silva afirmou que sua missão será unir o partido e ajudar a articular um campo democrático em torno da candidatura do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à reeleição em 2026. Em discurso após a vitória, ele disse que a vitória de Lula representa a defesa da democracia frente a setores que, segundo ele, são inspirados por um “pensamento autoritário”.

“Meu trabalho será para unificar o nosso partido, na complexidade que isso significa. O desafio de reeleger o presidente Lula em 2026 significa a democracia prevalecer diante do pensamento autoritário que cresce em setores da política brasileira, de inspiração fascista. (…) Sei do tamanho da minha missão, mas quero dizer publicamente o quanto estou com vontade de trabalhar e dialogar para que a gente possa construir um campo democrático que reeleja o presidente Lula”, afirmou, pleiteando o combate de privilégios e a unificação interna.

A eleição de Edinho ocorre mesmo sem a votação em Minas Gerais, terceiro maior colégio eleitoral do partido. O diretório mineiro teve o pleito adiado após uma disputa judicial entre as chapas e irá às urnas no próximo domingo. Também falta apurar votos de outros estados como Pernambuco, Bahia, Paraná e Rio de Janeiro. A previsão é de que mais de 400 mil filiados participem do processo.

Com 73,48% dos 342,2 mil votos contabilizados, Edinho lidera com folga. Na parcial, o deputado Rui Falcão aparece em segundo lugar, com 11,15%, seguido por Romênio Pereira (11,06%) e Valter Pomar (4,3%).

A vitória consolida a força de um grupo mais alinhado à estratégia de alianças amplas, com maior abertura ao diálogo com partidos de centro e centro-direita. A composição também reflete um movimento de aproximação maior entre a direção partidária e o Palácio do Planalto — mudança de tom em relação à gestão de Gleisi Hoffmann, marcada por enfrentamentos, inclusive com setores do próprio governo.

Nos bastidores, a escolha de Edinho não teve apoio inicial de Gleisi, mas a tensão arrefeceu após a consolidação da reforma ministerial e sua nomeação para a Secretaria de Relações Institucionais. Em seu discurso, Edinho elogiou a atuação da dirigente, chamando-a de “a maior da história do PT”, pela condução do partido durante a Lava-Jato e o período da prisão de Lula.

Outro movimento decisivo foi a desistência da candidatura do vice-presidente nacional Washington Quaquá, articulada sob a promessa de que a atual secretária de Finanças, Gleide Andrade, permaneceria no cargo. Ela esteve presente no pronunciamento do novo presidente e é vista como peça de equilíbrio entre correntes internas da legenda.

DERROTA NO IOF

Edinho também saiu em defesa da decisão do governo pela judicialização após o Congresso derrubar o decreto que aumentava o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), e negou que isso contrarie a busca por diálogo:

— O governo reagiu a uma derrota que foi imposta. O governo não tinha outra saída a não ser debater com a sociedade. Um governo que manda uma mensagem para o Congresso, já tinha esta posição. O governo precisa defender suas posições diante de uma derrota imposta pelo Congresso Nacional. Isso não é contraditório — afirmou Edinho.

O ex-prefeito também aproveitou para agradecer o apoio de Lula na disputa pela presidência e disse que trabalhará para merecer sua confiança. (Informações: O Globo)