Os servidores municipais voltaram a se reunir em frente o Paço Municipal de Araraquara na noite desta quinta-feira (14) para decidirem sobre o destino da mobilização que vem sendo feita, reivindicando reacertos salariais. O SISMAR, sindicato que congrega o funcionalismo municipal, vem cobrando da administração municipal o reajuste, levando em conta de que os salários estão congelados desde 2019. Além do reajuste há a cobrança de perdas ocorridas num período de 7 anos (2015 a 2022) que chegam a 30,72%, diz o SISMAR.
A entidade em sua página nas redes sociais chegou a comentar o fato: “Infelizmente, depois de dois anos sem conceder reajuste, a Prefeitura de Araraquara ainda ignorou por 64 dias as reivindicações da categoria protocoladas dia 26 de janeiro e só respondeu aos ofícios do Sindicato poucas horas antes da assembleia realizada dia 29 de março”.
Na segunda-feira, os servidores decidiram por paralisação de um dia nas atividades, havendo grande participação de funcionários que decidiram por greve a partir do dia 18, envolvendo toda categoria. No entanto, a Prefeitura Municipal recorreu à Justiça tentando frear o movimento, o que de fato ocorreu.
O Juiz de Direito Guilherme Stamillo Santarelli Zuliani, da 1ª Vara da Comarca de Araraquara – considerando que a paralisação dos serviços públicos poderá causar danos irreparáveis ou de difícil reparação, e diante da necessidade de maior controle da pandemia da Covid-19, entendo – disse ele – que a paralisação dos serviços indicados em lei como essenciais, poderá prejudicar a população de Araraquara decido punir a entidade se de fato a greve for total.
Zuliani deferiu a tutela de urgência pleiteada pelo município para que, durante a greve a ser deflagrada, o sindicato mantenha a totalidade dos servidores em atividade nas áreas da saúde, segurança, educação e assistência social (art. 11 da Lei 7.783/1989), cabendo ainda a devida comunicação aos seus associados e aos usuários dos serviços públicos, e mantenha 50% dos servidores em atividade em relação aos demais serviços públicos prestados.
E foi mais incisivo, pois no caso das medidas exigidas pela Justiça não serem cumpridas o desacato incidirá em multa diária de R$ 10.000,00.
A decisão da Justiça implicou em uma nova assembleia da categoria nesta quinta-feira, acompanhada pelo repórter Tadeu Alves. Ficou estabelecido então que os trabalhadores vão aguardar a decisão em São Paulo, pois houve recurso contestando a decisão da Justiça em Araraquara, disse o jornalista.
Se cair a liminar que foi dada à prefeitura impedindo a greve e a retomada das negociações, o SISMAR sente que a categoria estará mais fortalecida. Houve ainda na noite desta quinta-feira (14) recuo de uma parte dos trabalhadores que pretendia fazer um movimento neste sábado (16), em frente à Praça de Santa Cruz.
Outra decisão, como resposta à campanha publicitária feita pela Prefeitura Municipal apontando suas razões para impedir a greve, será a veiculação de placas de outdoor contratadas em alguns pontos da cidade, buscando propagar razões do movimento.