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Em curso do Senar, produtores rurais conhecem o mundo novo que existe no campo

Trabalhadores e produtores rurais da Fazenda Jangada Brava tiveram acesso aos novos métodos que envolvem diretamente o plantio e a colheita da soja, uma das culturas mais valorizadas da agroindústria na atualidade.

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Participantes do curso com a proprietária da Fazenda Jangada Brava, Anna Paula Nunes

Durante quatro dias os trabalhadores rurais da Fazenda Brava e de outras propriedades na região de Boa Esperança do Sul participaram de curso voltado para a produção da soja, iniciativa do Sindicato Rural de Araraquara contando com o apoio do Senar SP. Foram 32 horas de aulas práticas e teóricas, divididas em dois módulos – a instalação da lavoura de soja e a colheita da soja.

A proprietária da Jangada Brava, Anna Paula Nunes, conta que a colheita constitui uma importante etapa no processo produtivo da soja, principalmente pelos riscos a que está sujeita a lavoura destinada ao consumo ou à produção de sementes. Essa foi uma das razões que levou a agricultora a reivindicar o curso junto ao Senar.

Para ela os cursos do Senar são importantes na capacitação e na qualificação dos trabalhadores trazendo mais tecnologia no campo, comentou. “O ensinamento evita perdas quantitativas e qualitativas de produto”, argumentou Anna Paula no encerramento do curso ao ressaltar o trabalho do engenheiro agrônomo José Gilmar Franco.

Aula prática de plantio na fazenda

A agricultora comenta que em casos assim, para reduzir perdas é necessário que se conheçam as suas causas, sejam elas físicas ou fisiológicas. Com o trabalho de orientação dado pelo instrutor os nossos trabalhadores se qualificaram e encontram agora maior facilidade em avaliar possíveis perdas ao longo do plantio e da colheita, explica.

A IMPLANTAÇÃO

Sobre a implantação da cultura da soja, o instrutor José Gilmar Franco, organizador do material explicativo passado em uma apostilada edita pelo Senar, diz que o plantio direto, caso estudado na propriedade, é um sistema de semeadura no qual a semente é colocada diretamente no solo não revolvido, usando-se máquinas especiais.

Na terra então somente é aberto um pequeno sulco, de profundidade e largura suficiente para garantir uma boa cobertura e contato da semente com o solo. “O extermínio de ervas daninhas, antes e depois do plantio, é feito com herbicidas. O sistema de plantio direto consiste numa sequência de três operações fundamentais: colher e esparramar os restos de cultura, pulverizar herbicidas e plantar com equipamento especial.”

Cuidados minuciosos na distribuição das sementes

Para o agrônomo, as limitações residem no manejo de herbicidas e das ervas daninhas, além da exigência de assistência técnica especializada. O plantio direto é o sistema ideal para o controle da erosão em função da manutenção dos restos vegetais na superfície e da mínima movimentação do solo.

A semeadora a ser usada deve ser adequadamente regulada para distribuir o número de sementes suficientes, proporcionando a densidade desejada. Para se calcular este número de sementes, é necessário que se conheça o poder germinativo do lote de sementes a ser utilizado. Esta informação é fornecida pela empresa onde as sementes foram adquiridas, indica José Gilmar.

DEPOIS VEM A COLHEITA

As principais causas que prejudicam a colheita da soja, cultura que hoje faz parte do excelente trabalho realizado pela Fazenda Jangada Brava, constam então de apostila preparada pelo próprio Senar e foram longamente discutidas durante o curso, como a subestimação da importância econômica das perdas e a consequente falta de monitoramento (avaliação com método adequado) do processo de colheita são as principais causas de ocorrência de perdas/desperdícios de grãos/sementes durante o processo de colheita da soja.

Uma análise sobre as perdas registradas

Além disso a má regulagem e a operação inadequada da colhedora: na maioria das vezes, é causada pelo pouco conhecimento do operador sobre regulagens e operação da colhedora. Contudo, em linhas gerais os tipos ou as fontes de perdas podem ser definidos da seguinte maneira:

  • perdas antes da colheita, causadas por deiscência natural ou pelas vagens caídas ao solo antes da colheita;
  • perdas causadas pela plataforma de corte, que incluem as perdas por debulha, por altura de inserção e por acamamento das plantas na frente da plataforma;
  • perdas por trilha, separação e limpeza, constituídas pelos grãos que tenham passado pela colhedora durante a operação.
Apostila preparada por Franco

Para avaliar as perdas de grãos durante a colheita da soja, recomenda-se a utilização do copo medidor desenvolvido pela Embrapa que, ao correlacionar volume com massa, permite a determinação direta da perda tolerável (até 1 saco de 60 kg/ha) ou do desperdício (valores acima de 60 kg/ha), em sacas/ha, pela simples leitura no nível impresso no próprio copo.

ANALISANDO O TRABALHO

O engenheiro agrônomo João Henrique de Souza Freitas, coordenador regional do Senar em Araraquara, ao acompanhar o curso realizado na Fazenda Jangada Brava assegura que se sente extremamente feliz ao ver o interesse dos trabalhadores e dos produtores rurais participando de cursos que mostram a evolução da agricultura: “Os produtores rurais e gestores da agroindústria precisam se qualificar e conhecer as novas demandas tecnológicas, pois os avanços e a modernização no campo não param. Todos os anos surgem novidades. E nós, estamos participando deste processo de transformação, capacitando pessoas e lhes mostrando o mundo novo que existe no campo”.

O coordenador do Senar salienta que essa função do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural a exemplo do que ocorreu na propriedade da empresária Anna Paula Nunes está à disposição dos produtores, sendo um serviço gratuito, cuja finalidade é contribuir cada vez mais com o agronegócio.