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Em Sumaré, 170 km de Araraquara, o sepultamento coletivo da família que morreu afogada

Para os moradores de Sumaré, cidade com cerca de 287 mil habitantes, acompanhar o sepultamento coletivo da família - cinco pessoas - que morreu afogada entre Dois Córregos e Mineiros do Tietê, região de Jaú se tornou um fato inesquecível. O sepultamento foi nesta segunda-feira.

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Cynthia, 25, Kervellin, 29, Nicolly Luize, 9, e Denise Aparecida, 51 anos: vítimas de afogamento (SCA)

O momento em que uma avó, pai, mãe e duas irmãs se afogaram, no sábado passado (24), às margens do Rio Tietê, entre Dois Córregos e Mineiros do Tietê, não vai sair tão cedo da cabeça de quem presenciou a cena.

É o que diz a autônoma Vanessa Azevedo, que estava no local conhecido como “Baixão da Serra” e viu o afogamento coletivo. Segundo ela, a família brincava tranquilamente em um local seguro, quando houve uma mudança repentina no tempo.

“Estávamos sentados em uma árvore próxima ao rio, com o meu filho, tio dele e a minha irmã. Essa família chegou de outro condomínio. Eles deixaram as coisas ao nosso lado. Eles estavam até que no raso, mas o tempo começou a mudar muito rápido. Começou a ventar muito e tudo aconteceu em coisa de segundos”, conta.

Velório realizado na quadra de esportes de uma escola de ensino fundamental em Sumaré

Neste momento, deu-se início a um pesadelo para todos no local. Ainda de acordo com Vanessa, com o afogamento, dois casais que estavam no local tentaram ajudar, mas não conseguiram e quase se afogaram com a família.

“Dois casais tentaram entrar pra ajudar e quase se afogaram também. Um dos homens pegou a minha tanga e tentou puxar a menina. A avó já estava boiando afogada. A mãe também. O pai já tinha sumido. A cena nunca mais vai sair da minha cabeça”, recorda Vanessa.

Para Vanessa, a falta de sinalização do local, que é considerado perigoso pelos moradores, contribuiu para que a tragédia ocorresse à família. “Somos moradores, sempre tem comentários. Aqui tem vários bolsões. A pessoa acha que tá ‘dando pé’, mas na hora que ela vai ver já afundou.

Junto a isso tem uma corrente que puxa. Mesmo sendo um lugar considerado perigoso, não tem sinalização nenhuma. A cena foi horrível porque vimos a criança morrer”, diz Vanessa.

Corpos a caminho do cemitério

AS VÍTIMAS

Faleceram a avó Denise Aparecida Dias da Silva, 51 anos; o casal Cynthia Silva dos Santos, 25 anos e Kervelin Wallace da Silva, 29 anos e as duas filhas Nicolly Luize, 9 anos e Emily Camile, 3 anos.

Na manhã desta segunda-feira (26), os moradores de Sumaré – distante 171 km de Araraquara e na região de Campinas, acompanharam o velório na quadra de esportes na Escola Municipal de Ensino Fundamental Neusa de Sousa Campos, no Parque Rosa e Silva, um dos bairros da cidade.

Em seguida os carros funerários deixaram o local e passaram pela Avenida Assef Maluf, que ficou repleta de amigos e familiares que com emoção e pesar prestaram a última homenagem às vítimas.