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Empresário araraquarense é esperado em Natal nesta quarta para depor na CPI da Covid Nordestina

A empresa paulista HempCare recebeu do Consórcio do Nordeste em março do ano passado R$ 48 milhões para a entrega de 300 respiradores; o valor foi dividido com a Biogeo Energy do empresário Paulo de Tarso, sediada em Araraquara que fabricaria os aparelhos. O consórcio ficou sem o dinheiro e sem os respiradores, motivando a instalação de uma CPI na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte.

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O fabricante Paulo de Tarso e o modelo do respirador que não chegou a ser homologado pela Anvisa durante apresentação na Iesa

A CPI da Covid da Assembleia Legislativa do RN deve ouvir nesta quarta-feira (10), às 14h30, em Natal, o empresário araraquarense Paulo de Tarso Carlos, da Biogel Energy, que se envolveu no ano passado durante o momento crítico da pandemia, na fabricação de 300 respiradores que seriam entregues a empresa Hempcare que assinou contrato de venda dos equipamentos com o Consórcio Nordeste, recebendo para tanto – antecipadamente R$ 48 milhões. O comparecimento do empresário na CPI está publicado no Portal da Assembleia Legislativa em Natal.

A HempCare diz que ficou na expectativa de que os respiradores fossem entregues pela Biogel mas isso não ocorreu. O contrato com o consórcio foi rompido e os R$ 48 milhões diluídos entre os envolvidos no golpe. Segundo consta o empresário araraquarense com sua fábrica sediada na Iesa teria ficado com R$ 24 milhões, sendo parte do valor destinada para a fabricação dos aparelhos que nem chegaram a ser homologados pela Anvisa.

Empresário, ao meio, durante apresentação do respirador que seria entregue ao Consórcio do Nordeste por cerca de R$ 160 mil cada

Paulo de Tarso Carlos chegou a ser preso em primeiro de junho de 2020 no Rio de Janeiro e levado para a Bahia onde permaneceu por cerca de cinco dias juntamente com os outros envolvidos no escândalo dos respiradores. A Bahia havia comprado 60 respiradores e outros oito estados do nordeste mais 30 cada um. Outros 30 seriam fabricados e doados pela HempCare para o município de Araraquara sob a alegação de que sua proprietária teria sido  induzida pelo superintendente do consórcio Carlos Gabas a fazer a doação.

Chegada da Polícia no dia 01 de junho do ano passado para apreensão de documentos da Biogeo

No dia primeiro de junho três pessoas foram presas durante uma operação da Polícia Civil da Bahia contra a empresa Hempcare; além das prisões, a operação Ragnarok cumpriu 15 mandados de busca e apreensão em Salvador, São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília e Araraquara (SP). Os presos foram levados para Salvador e liberados dias depois.

Em Araraquara, a Polícia Civil local deu apoio ao cumprimento de mandado de busca e apreensão expedido pela polícia baiana. As buscas foram feitas na empresa Biogeoenergy,  e no apartamento do diretor da empresa, no bairro do Morumbi, em Araraquara. A polícia baiana na época informou que o grupo alvo da ação era especializado em estelionato, através de fraude na venda de equipamentos hospitalares.

Já o secretário de Segurança Pública da Bahia informou que os respiradores nacionais colocados como opção de recebimento pela empresa, nem existem porque não foram homologados pela Anvisa.

“A situação tratada pela empresa como um mero descumprimento de contrato, não procede. Nas buscas feitas hoje na fábrica dessa empresa, em Araraquara [SP], esses equipamentos não foram montados. Ou seja, eles estavam na expectativa de conseguir a autorização da Anvisa para montar esses equipamentos e com o dinheiro pago antecipadamente pelo Consórcio Nordeste, eles iam fabricar. Então, houve na verdade, a tentativa de ludibriar o Consórcio”, explicou  Maurício Barbosa, Secretário de Segurança Pública da Bahia (SSP-BA).