Em audiência de custódia que aconteceu neste Dia de Natal (25) a Justiça Criminal de São Carlos entendeu e acatou a tese de legítima defesa oferecida por Ediário, homem que vinha sendo acusado de assassinar “Baiano”, que ele tinha na conta de ser seu amigo. O crime aconteceu num lugar conhecido como Banco da Terra, zona rural do município.
O acusado em depoimentos anteriores e na formalização da defesa já havia relatado que Baiano pegou uma faca e queria cortar seu pescoço; não bastasse apanhou um sarrafo com um prego numa das pontas e bateu no seu ombro, demonstrando estar totalmente desequilibrado.
Questionado sobre a razão da briga ele respondeu que seria – por conta do domínio do terreno. Ediário relatou que até permitiu que o suposto amigo ficasse no local, e assim, permaneceu por uns 10 dias, porém aos poucos foi percebendo que a vontade dele seria permanecer com a posse da área, daí o desentendimento.
Num dos momentos acalorados dessa discussão, comentou Ediário, eu havia escondido a faca do Baiano, temendo pela minha vida durante a noite. “Decidi então pegar a foice que estava debaixo da cama e falei “vou cortar você, cara, porque senão você vai me matar mesmo”. Segundo Ediário, aquela foi uma noite terrível.
O acusado disse que, temendo pela própria vida, escondeu a faca de Baiano e pegou uma foice para se defender. “Eu peguei a foice debaixo da cama e falei: ‘Vou cortar você, cara, porque senão você vai me matar mesmo’. Aí nem consegui dormir de noite pra não confiar nele”, relatou.
Decidido em acabar com essa tensão, Ediário desferiu quatro golpes no agora desafeto, acertando-o com a foice – no braço, na cabeça e no pescoço. E lembra: “Ele morreu lá em casa e eu nem imaginava que ele fosse morrer”.
Ainda durante a audiência de custódia, Ediário relatou que – comprou o terreno por R$ 45 mil, em uma espécie de permuta, dando ao proprietário um carro e a moto e que agora não seria justo ficar sem nada. A compra da área se deu há mais de 5 anos.
Para a Justiça houve a compreensão de que Ediário estava defendendo o que é seu e que agiu em legítima dos seus bens e da própria vida. Colocado em liberdade nesta audiência, as investigações vão prosseguir.