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Irmã Dulce, canonizada na manhã deste domingo no Vaticano

O relógio marcava 10h34 no Vaticano (5h34 em Brasília), neste domingo. A partir de agora, a freira baiana passou a ser chamada Santa Dulce dos Pobres.

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Tapeçarias penduradas na fachada da Basílica de São Pedro retratam da esquerda para a direita: Irmã Dulce, Giuseppina Vannini, John Henry Newman, Maria Teresa Chiramel Mankidiyan e Margarita Bays na Praça de São Pedro, no Vaticano, neste domingo (13) — Foto: Alessandra Tarantino/AP

Entre as milhares de pessoas na Praça São Pedro eram muitos os brasileiros, que fizeram questão de vestir camisas verde e amarelas para homenagear o país e a primeira santa brasileira, agora oficialmente Santa Dulce dos Pobres. O evento religioso ocorreu na madrugada deste domingo, horário brasileiro, pouco mais de 10h na Itália.

Praça São Pedro enche de fiéis para a missa de canonização de Irmã Dulce e outras quatro pessoas — Foto: Reprodução/TV Globo

Ao cumprir o processo de canonização da freira baiana, o Papa Francisco leu: “Em honra da Santíssima Trindade, pela exaltação da fé católica e para incremento da vida cristã, com a autoridade de nosso Senhor Jesus Cristo, dos Santos Apóstolos Pedro e Paulo e Nossa, depois de refletir por muito tempo, ter invocado a ajuda divina e ouvido a opinião de muitos Irmãos no Episcopado [bispos], declaramos e definimos Santos os beatos John Henry Newman, Giuseppina Vannini, Mariam Thresia Chiramel Mankidiyan, Dulce Lopes Pontes e Marguerite Bays, e os inscrevemos no registro dos santos, estabelecendo que em toda a Igreja eles sejam devotamente honrados entre os santos. Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo”.

Fiéis na canonização de Irmã Dulce no Vaticano, em Roma — Foto: Maiana Belo/G1 BA

Já o cardeal Angelo Becciu falou sobre a biografia de Irmã Dulce no início da missa de canonização:

“Irmã Dulce concretizou plenamente a sua ação caritativa com a fundação de uma associação de obras sociais e a construção de uma casa de acolhimento, o ‘Albergue Santo Antônio’. Sua caridade era maternal, carinhosa. A sua dedicação aos pobres tinha uma raiz sobrenatural e do Alto recebia forças e recursos para dar vida a uma maravilhosa atividade de serviço aos últimos. Os últimos meses da vida da Beata estiveram marcados pela doença, que enfrentou com serenidade e completo abandono nos braços do Senhor. Em 13 de março de 1992, Irmã Dulce faleceu em São Salvador da Bahia, nimbada de grande fama de santidade. Em 3 de abril de 2009, o Papa Bento XVI reconheceu a heroicidade das suas virtudes e, em 22 de maior de 2011, celebrou-se o rito de sua Beatificação.”

Galinheiro onde Irmã Dulce atendia doentes tornou-se uma associação de obras sociais — Foto: Acervo Osid

O Vaticano considera, oficialmente, que a Irmã Dulce seja a primeira santa brasileira. Embora outras brasileiras e uma religiosa que atuou no país tenham sido canonizadas pela Igreja Católica, a irmã Dulce é a primeira mulher nascida no Brasil que teve milagres reconhecidos.

Irmã Dulce, cujo nome verdadeiro é Maria Rita Lopes Pontes, foi uma das religiosas mais populares do país e ficou conhecida pelo trabalho filantrópico e pelo legado que deixou nas Obras Sociais que levam seu nome.