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Jornalista, escritor e compositor Beto Caloni, será sepultado nesta quarta-feira em Araraquara

Versátil e extremamente dedicado a sua carreira jornalística que começou na Faculdade Cásper Líbero em São Paulo no final década de 70, Beto Caloni deixa aos araraquarenses trabalhos que fortalecem a cultura da nossa cidade. Um AVC ocorrido 10 dias atrás e uma série de procedimentos na Santa Casa não conseguiram barrar o óbito ocorrido nesta manhã de terça-feira. Velório será a partir das 7h00 de quarta no Espaço Almeida.

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O jornalista Beto Caloni que faleceu aos 63 anos

Araraquara está se despedindo nesta terça-feira (18) de José Roberto Caloni, ou simplesmente Beto Caloni, uma das expressões artísticas da cidade e um dos mais brilhantes historiadores da nossa região. Seu falecimento se deu nesta madrugada e certamente Araraquara perde um dos seus grandes talentos culturais.

Beto sempre teve vínculos com o jornalismo romântico dos anos 70, quando recém-formado na Cásper Líbero, em São Paulo, a primeira escola superior de jornalismo do Brasil, fundada em 16 de maio de 1947, ainda a mais tradicional na área de Comunicação no País, voltou para sua terra natal.

Momento festivo da sua vida no carnaval do 22 de Agosto com a prima Sandra, as irmãs Mara e Cláudia e a presença da mãe Lucila

Incentivado pelo jornalista Ivan Roberto Peroni, na época editor do jornal O Diário da Araraquarense começou sua carreira e firmou-se por seu talento num dos nomes mais expressivos do jornalismo regional. “Beto trouxe da capital, ainda que muito cedo, as técnicas que vinham mudando a linha editorial dos grandes jornais e ao lado de Rubens Volpi, José Conde Sobrinho, Wagner Bellini, formou-se uma histórica equipe dentro do jornal impresso”, lembra Ivan Roberto.

Beto Caloni aliava sua versatilidade jornalística com a música, se transformando em compositor do mais fino trato, capaz de juntar seus versos em melodias que buscavam expressar um sentimento pelos gestos e costumes da nossa gente. Viciado em pesquisas era peça importante nas rodas de conversas com os historiadores construídos através dos tempos.

Genioso e temperamental defendia suas colocações com propriedade e delas não arredava o pé. Convidado a escrever um livro que versava a história de Valdemar de Santi pontuou dois trechos que agrediam a vida política da cidade. Sobre pressão não aceitou mudar o contexto e o livro não saiu.

Violão foi sua marca nestes últimos anos

Era desta forma o seu envolvimento na cidade, sábio e conhecedor dos problemas: “Ouvir, contar e adaptar histórias reais para diversos formatos, do digital ao impresso, passando pela televisão e pelo rádio, entre outras possibilidades, caracteriza o cotidiano do profissional da área, o que amplia as oportunidades de atuação no mercado de trabalho”, era um enredo para quem de aluno se transformou em exemplo.

Quando não, pregava que para atuar no jornalismo, o profissional deve estar sincronizado com às novidades, possuir curiosidade e estar apto a conhecer os fatos, produzindo informação de qualidade e buscando narrativas de forma ética e com senso crítico.

Filho de Lucila e José Caloni, irmão de Célia, Mara e Cláudia, Beto parte carregando na bagagem um vasto conhecimento cultural, quase impossível de alguém o substituir, pois ele nasceu para ser um literato, com conhecimento e apreço por sua terra natal.

Sob a coordenação e produção do jornalista Ivan Roberto Peroni, supervisão de Coca Ferraz, pesquisa e textos de Beto Caloni e José Maria Viana, participação do artista plástico Kiko Lopes e da designer Bete Campos, um grupo se formou para escrever o livro “Por que não falar de nós?”, com referência ao trabalho anônimo de personagens e personalidades que entre passado e presente viveram (e vivem) Araraquara na sua essência. Lançamento da publicação previsto para 2026.

O velório de Beto Caloni, acontece nesta quarta-feira (19) no Espaço Almeida, das 07h às 10h, sendo o sepultamento logo em seguida. Aos familiares e amigos, os sentimentos do RCIA.

Nossa singela homenagem para quem tanto amou sua terra natal (Flanando no Boulevard)