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Júri absolve “Lívia” na morte da travesti Bruna Torres e família deve entrar com ação indenizatória

Por mais de dois anos, Ederson Luiz Soares Pereira, a Lívia, denunciada como participante da morte da travesti Bruna Torres ficou preso e levado a julgamento nesta terça-feira teve assegurada sua inocência por conta de falhas no processo. Familiares podem entrar com ação indenizatoria contra o Estado.

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Fórum em Araraquara onde ocorreu o julgamento de Lívia

Acaba de ser anunciada a absolvição de Ederson Luiz Soares Pereira, conhecido como “Lívia”, supostamente – até então – envolvido na morte da travesti Bruna Torres, 26 anos em uma casa de prostituição na Vila Furlan, em Araraquara. O crime aconteceu em setembro de 2019 e teve enorme repercussão na região, dada a forma com que a travesti Bruna foi cruelmente assassinada.

Em abril de 2023, três envolvidos na morte da travesti foram julgados; nesta terça-feira foi levado a júri um quarto elemento – Ederson – a Lívia que se apresentava como gerente da casa, onde a vítima foi agredida, perdendo a vida, sendo encontrada às margens da rodovia SP-215, em São Carlos. O crime contudo, aconteceu em uma pensão na Rua Guarani, Vila Furlan em Araraquara, onde eram alugados quartos para a prática da prostituição.

Bruna, teve seu corpo encontrado com os pés e mãos amarrados em setembro de 2019; inicialmente presos, os acusados Caio Augusto Rodrigues Oliezer, Dionathas Batista Oliveira e Tiago Augusto Chiarelli acabaram sendo condenados pelos jurados. Na oportunidade, Caio, foi absolvido do homicídio, mas como ajudou no transporte e na desova do cadáver tendo uma pena de 2 anos e 6 meses pelo crime de ocultação.

Consta do inquérito que na madrugada do crime houve uma discussão entre os envolvidos – a travesti e os assassinos. Os gritos foram ouvidos pelos vizinhos, além do arrastar dos móveis, provavelmente ocorrido durante a briga.

Eles também relataram que – ouviram na madrugada o barulho do carro dos suspeitos, com o corpo dentro. Horas mais tarde Bruna foi encontrada nas margens da rodovia.

Tiago Augusto Chiarelli, de 30 anos, conhecido como “Tamy”, se apresentava como dono da pensão e Caio Augusto Rodrigues Oliezer, de 25 anos era seu namorado. A briga acontecera por conta da dívida que Bruna teria com Tamy, no valor de R$ 800, que alugara o lugar e a travesti não teria efetuado o pagamento combinado.

Dionathas, um dos envolvidos comentou que fora convidado pelo casal Tamy e Caio para dar um susto em Bruna, não imaginando que o caso terminaria em morte. No entanto chegou a ir até São Carlos para desovar o corpo cujo sepultamento aconteceu em Manaus, sua terra natal.

Dionathas, acusado pela morte e ocultação além de outros agravantes já cumpre uma pena de 28 anos, estando recolhido no CDP – Centro de Detenção Provisória em Ribeirão Preto.

Tiago, que se apresentava como dono da pensão foi condenado a 18 anos, estando ele foragido. ´

Já Ederson Luiz Soares Pereira, a Lívia, julgado nesta terça-feira (05) foi denunciado pelo Ministério Público de São Paulo por homicídio qualificado, motivo torpe, emprego de tortura e emboscada, além da ocultação de cadáver, envolvida diretamente no crime com inúmeros agravantes.

O advogado de defesa contudo conseguiu descaracterizar as acusações, demonstrando a inocência do cliente, alegando haver ausência de autoria e inúmeras falhas no curso do processo.

Segundo consta, Ederson ficou preso por mais de dois anos e garantida sua inocência o advogado Jeferson Rodrigues Faria deve se reunir com a família para entrar com uma ação indenizatória pelo período que ficou recolhida em presídio.