Poucas são até agora, as informações sobre o furto do busto do busto do professor Victor Lacôrte, personagem da história educacional em Araraquara. O busto feito em bronze estava colocado em frente à Casa da Cultura, Rua São Bento, centro antigo da cidade.
Segundo consta o furto só teria sido percebido por um guarda municipal que faz a segurança do prédio da Câmara Municipal; também uma placa de identificação foi furtada da base sobre a qual estava o busto.
Por estar em reforma o sistema de monitoramento da Casa da Cultura está desligado e neste caso só mesmo as câmeras instaladas em prédios próximos para filtragem das imagens colhidas durante a madrugada naquela região.
QUEM FOI VICTOR LACÔRTE
O estudioso, Victor Lacôrte, além do busto colocado em frente à Casa da Cultura, também dá nome a uma escola e é um dos poucos araraquarenses que ganharam um busto em sua homenagem. A Revista Kappa chegou a publicar importante material sobre o professor em 2014, ressaltando que a contribuição do intelectual para Araraquara foi significativa, segundo os registros históricos.
Ele era figura intelectual bastante presente na sociedade araraquarense e também no Estado. Sempre foi muito requisitado como orador. Foi um dos diretores da Sociedade Portuguesa de Beneficência e fundou o Centro Araraquarense de Letras Católicas. O intelectual também escreveu diversos ensaios publicados em periódicos araraquarenses. Tem seu nome na escola e também em uma das principais vias públicas de Araraquara, no Bairro do Carmo.
Victor Lacôrte nasceu em 5 de março de 1908 e morreu, ainda muito jovem, em 29 de janeiro de 1944. Era filho de Plácido Lacôrte e de dona Concheta Guida Lacôrte. Desde criança, ele era tido como promissor. Iniciou os estudos na Escola Estadual Antônio Joaquim de Carvalho (Anjoca), uma das mais antigas e tradicionais instituições de ensino de Araraquara.
Quando saía da escola, Victor Lacôrte costumava ajudar os pais no trabalho.
Ingressou no seminário, mas desistiu pouco antes de ser ordenado como padre e ingressou na faculdade. No seminário, ele estudou filosofia, línguas neolatinas, ciências, teologia, conhecimentos gerais e letras.
Voltando para Araraquara, formou-se cirurgião dentista, na década de 1930, na Escola de Farmácia e Odontologia. Victor Lacôrte também abraçou a carreira de professor. Lecionou no Colégio Estadual de Araraquara, hoje Escola Estadual Bento de Abreu (EEBA), e no extinto Ginásio Sírio Brasileiro, dirigido pelo falecido Adib Khodor.
Também foi professor de história da educação na Escola Normal Livre Mackenzie. Em datas festivas de Araraquara, Lacôrte era uma figura que sempre obrigatória.
A FAMÍLIA
O araraquarense se casou, em 1930, com Toríbia Gonçalves, com quem teve quatro filhos: Plácido Luiz Gregório Lacôrte, Maria Stela Vitalina Lacôrte, Toríbio César Lacôrte e Victor Theófilo Lacôrte. Teve ainda oito netos e oito bisnetos.