
O artista araraquarense Lauro Monteiro Filho marca presença na FLIP 2025, a Festa Literária Internacional de Paraty, no Rio de Janeiro. Na ocasião, Monteiro participará de uma mesa dedicada à Flipinha, uma parte da festa dedicada às crianças.
Lauro Monteiro ilustra, pela primeira vez um livro dedicado a crianças, em colaboração com autora Maia Costa Pigot, de 31 anos. Trata-se da obra “O abraço mais maravilhoso do mundo”, que narra as aventuras da Maia, em relatos de uma menina que nasceu prematura e com síndrome de Down na própria Paraty.
“A maioria dos ilustradores não conhecem os autores, mas eu tive o privilégio de conhecer a Maia, que é uma pessoa incrível. Por estarmos morando na mesma cidade, tivemos alguns encontros, pois, num primeiro momento, ao ser convidado pela Humanas Edições (uma editora especializada em livros didáticos e infantis) pude conhecer a autora, seu modo de ser, de pensar, dos inúmeros cadernos que ela faz de diários, escrevendo coisas do cotidiano, do seu dia a dia… A Maia trabalha como mediadora de cultura numa biblioteca – a palavra é de fato inclusão”, comenta o artista.
Além do direcionamento para o público infantil, como o próprio autor destacou, trata-se de uma obra inclusiva e da estreia de Monteiro em diversos aspectos, mas em especial na literatura infantil. “O meu processo de criação, deu-se a partir de entender esse universo tão particular do down, de perceber que seu mundo pouco difere dos nossos, suas vontades, aspirações e sonhos. O sonho da Maia era escrever um livro, que suas ideias saíssem dos seus diários e cadernos e pudessem estar mesmo dento do espectro literário. Ao tomar nas mãos seus diários, folhear e ler, percebi que estava diante de um desafio importante: dar clareza as ideias da autora que, além de escrever, colava fotos, desenhos, pétalas de flores, dentre outras informações visuais que percebi ter tudo a ver com meu trabalho autoral na colagem, uma técnica que me seduz a qual tenho trabalhado há muitos anos”, conclui.
Lauro Monteiro Filho é araraquarense e há 20 anos está radicado em Paraty. É artista plástico, gestor e produtor cultural. Em seu atelier e escritório de arte desenvolve projetos e curadoria em artes visuais. Seu espaço, envolvido pela Mata Atlântica, localiza-se em Paraty com exposição permanente (Estrada Real | Paraty-Cunha). É idealizador e realizador do Coletivo Brasil, uma atividade de intercâmbio com Portugal, que reúne artistas brasileiros em exposição coletiva, oficinas de inclusão social pela arte e residências artísticas na cidade de Torres Vedras, que fica próxima a Lisboa.
Para Lauro é como estar em seu quintal, onde ele participará, no dia 3 de agosto, às 10h, de uma mesa na Flipinha sob uma tenda montada na Praça da Matriz, centro histórico da cidade de Paraty. “Paraty foi pra mim um propósito de vida profissional importante desde quando me estabelecia há quase 20 anos. Embora seja uma cidade histórica que esbarra quase na data do descobrimento do Brasil, entre o mar e a montanha, encontro de muitas culturas, uma cidade pequena de 48 mil habitantes que torna-se cosmopolita – sua população mais que triplica, se você pensar nas atividades culturais que acontecem toda a semana: de festas religiosas centenárias, do sincretismo religioso e étnico, seu conjunto arquitetônico preservado, que a eleva a Patrimônio da Humanidade, festivais musicais de todos os estilos, de artes visuais: vivo uma evolução cultural impressionante”, celebra Monteiro.
Uma das mais tradicionais do mundo em seu seguimento, a FLIP – Festa Literária Internacional de Paraty de 2025 – ocorrerá de 30 de julho a 3 de agosto. A 23ª edição do evento marca o retorno à sua época original, o mês de julho, após algumas edições terem sido realizadas em novembro devido à pandemia. O homenageado da Flip 2025 será o escritor e poeta Paulo Leminski.
Já, lista de autores na Flip inclui nomes como Arnaldo Antunes, Rosa Montero, Liv Strömquist, María Negroni, Sandro Veronesi, Marina Silva, Tulio Custódio, Alice Ruiz, Lilia Guerra, Tiago Rogero, e outros.
A Flipinha, programação dedicada às crianças, promoverá encontros literários com o tema “Planeta Vivo”. Entre apresentações artísticas e oficinas de artes, está confirmada a presença do grupo Barbatuques (referência em música corporal e originalidade, reconhecido por sua abordagem única que combina percussão vocal, sapateado e improvisação musical).