Com níveis críticos de isolamento social, Araraquara encerrou neste domingo ao meio-dia o seu segundo lockdown com o objetivo de enfrentar a pandemia que se estende por 15 meses. O primeiro foi realizado em fevereiro (21), terminando em 02 de março, confinamento que durou 13 dias. Na época, dois dias antes, 19 de fevereiro, sexta-feira, o índice de isolamento chegava a 42% era grande a movimentação no comércio.
Praticamente quatro meses depois, novo decreto foi assinado prevendo o segundo lockdown que agora encerrado apresenta percentuais variáveis e benefícios menores que os do primeiro decreto. Os números são mostrados pelo Governo do Estado através do SIMI-SP (Sistema de Monitoramento Inteligente de São Paulo), viabilizado por meio de acordo com as operadoras de telefonia Vivo, Claro, Oi e TIM, através da ABR (Associação Brasileira de Recursos em Telecomunicações) e do IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas) para que o Estado possa consultar informações agregadas e anônimas sobre deslocamento de pessoas nos municípios paulistas mapeados.
No dia 18 de junho, também uma sexta-feira, ao anunciar o segundo lockdown, este índice estava em 35%, uma diferença de sete pontos em relação ao primeiro, diz o SIMI, que mantém a proteção de dados, pois as informações são aglutinadas e anonimizadas, respeitando a privacidade dos usuários. O monitoramento sempre mostrou dados georreferenciados agrupados para elaborar políticas públicas que aprimorem as medidas de isolamento social para o enfrentamento ao coronavírus.
Ainda que algumas circunstâncias sejam diferentes entre a primeira e a segunda medidas de fechamento do comércio, a implantação dos decretos aconteceu com níveis de isolamento discutíveis, pois há um hiato de sete pontos entre o primeiro lockdown e o segundo, talvez pela confiança que as pessoas tiveram na vacinação e o afrouxamento nos protocolos de higienização como máscara, uso de álcool em gel e as próprias aglomerações.
RANKING
Para os especialistas o segundo lockdown em Araraquara pouco adiantou, pois a semana em que apenas as atividades essenciais se preservaram, o isolamento das pessoas se manteve bem abaixo da expectativa que buscava pelo menos chegar a variação de 55% a 60%. Isso não aconteceu: o dia com maior pico de isolamento foi no sábado (26) com 43%, diante de um cenário que vinha sendo marcado por uma média de 35% nos dias 10, 17 e 18 de junho, o que equivale a um araraquarense em casa para dois que saíram.
É fato que, os números analisados de forma técnica oferecem ao segundo lockdown uma dose de decepção: segunda-feira (43%), terça (42%), quarta (23%), quinta (41%), sexta (40%) e sábado (43%). O sábado anterior sem lockdown foi de 38%. Isso vale dizer que as medidas não surtiram o mesmo efeito do primeiro.
O que se observa é que o prefeito Edinho Silva ao anunciar que assinaria novo decreto assim que a cidade atingisse o índice de lockdown (20% dos casos totais ou 30% dos sintomáticos positivados por três dias seguidos ou cinco alternados na semana) assumiu o compromisso de novamente fechar o comércio ficando refém da situação e disposto a enfrentar manifestações. A esta altura não tinha como retroceder, cumpriu sua palavra, seguindo as informações mais científicas, como sempre comentou.