
Edson Alcântara, treinador de goleiras da Seleção Brasileira Feminina, trabalha intensamente, desde o período de treinos em Teresópolis, com as jogadoras da equipe que têm como prioridade evitar gols. Com vasta experiência em clubes – estava no futebol masculino antes de ir para o Centro Olímpico em 2015, de onde seguiu para o Corinthians -, ele confia bastante na capacidade das goleiras à disposição do técnico Arthur Elias para a disputa das Olimpíadas.
“Elas têm muito potencial e estão preparadas para o desafio. Cada uma com sua característica. A Lorena tem uma atitude incrível nas bolas aéreas, no enfrentamento 1 contra 1 e nos pênaltis. A Tainá é fria, tem uma saída muito boa com os pés e é bastante ágil na cobertura. Contamos também com a Luciana, com uma vivência muito grande de quem passou por categorias de base da Seleção, outra especialista em pênaltis”, disse.

A decisão de jogos das Olimpíadas de Paris nas cobranças de pênaltis é algo provável a partir da segunda fase da competição, quando começa o mata-mata. Nesses momentos, as goleiras passam naturalmente a ser mais visadas, embora a responsabilidade sobre as cobradoras também seja expressiva. Uma forma de ajudar as goleiras brasileiras que vão em busca do sonho olímpico é abastecê-las com informações sobre as atacantes e demais adversárias que costumam tentar o gol.
“Quanto a isso, temos nosso banco de dados que é compartilhado com elas. Um trabalho com muito detalhes e que pode ser bastante útil”, diz Edson Alcantara.
O treinador de goleiras começou no ofício como estagiário do Sub-20 do Pão de Açúcar FC, que depois mudou de nome e passou a se chamar Audax. Dali, ele migrou para a Academia de Goleiros do Zetti, ex-seleção e São Paulo, e, em seguida, foi para a Portuguesa de Desportos. Até então, treinava goleiros.

Em 2015, aceitou convite de Arthur Elias para trabalhar no Centro Olímpico, iniciando sua trajetória com goleiras. No ano seguinte, transferiu-se para o Corinthians, onde permaneceu até novembro do ano passado, mês em que chegou à Seleção Brasileira Feminina.
“Também temos estudos e análises sobre as goleiras adversárias, como Nnadozie, da Nigéria, Yamashita, do Japão, e Cata Coll, da Espanha, que devemos enfrentar na primeira fase. Nesse caso, transmitimos as informações para as nossas jogadoras de linha, explicando os prós e os contras de cada uma delas”, acrescenta Edson Alcantara. (Fotos: Rafael Ribeiro/CBF)