Precursor do samba em Araraquara, Osvaldo da Silva, o Bogé, fundador da Escola de Samba Estrela de Vila Santana, faleceu na manhã desta sexta (03), em Araraquara, aos 82 anos. O velório ocorre na Sala 02 da Fonteri, das 12h30h às 16h.
“Homem íntegro que fez história em nossa cidade, respeitado por todos e um ser humano incrível. Sua falta já está sendo sentida por todos nós. Manifestamos os nossos sentimentos a todos da Família e Amigos”, posta a Liga das Escolas de Samba e Entidades Carnavalescas de Araraquara (LESEC) em suas redes sociais.
O vereador Alcindo Sabino (PT) também manifestou solidariedade em sua página no facebook. “Hoje nos despedimos de Osvaldo José da Silva, meu amigo Bogé. Ele foi um dos nomes mais importantes da história do carnaval de Araraquara. Deixo um abraço a Dona Ivone, sua esposa, aos filhos Carlos, Valquíria, Marli e Cláudia”, comenta.
Segundo os Amigos do Centro Afro de Araraquara, o carnavalesco era uma liderança na área cultural. “Foi um entusiasta do carnaval e do futebol amador, que dedicou grande parte da vida incentivando jovens a trilhar o caminho do bem tendo uma ocupação seja no esporte ou na cultura”, escreveu em comunicado.
CORAÇÃO DE FOLIÃO
Eterno apaixonado pela folia, Bogé começou numa época que os instrumentos musicais da bateria da escola eram feitos por ele mesmo de couro e cal. Seu envolvimento com o Carnaval teve início com a participação no Trio Sumaré.
Depois, passou para uma escola de samba no Carmo – mas que não foi para frente. Por isso, resolveu fazer a agremiação no Santana e, em 1969, começou a desfilar com a Estrela de Vila Santana.
Os ensaios sempre foram próximos à casa de Bogé e sua esposa, Ivone: no começo, na Castro Alves com a Bandeirantes, e quando a família se mudou para o Laranjal, os ensaios migraram para o local.
Foram sete títulos de escola campeã em Araraquara, chegando a colocar 300 pessoas em um desfile com as cores da escola: vermelho, azul e branco. A motivação sempre foi uma palavra de ordem na sua vida carnavalesca mas, agora, com problemas de coluna e joelho, Bogé se afastou das atividades. Em 2019, recebeu o diploma de Honra ao Mérito da Câmara de Araraquara.
À época, a secretária de cultura de Araraquara Teresa Telarolli disse. “Aqueles que têm a vida economicamente estruturada em grandes patamares sempre escreveram a história no Brasil. Agora, aqueles de origem mais popular, que se fizeram a partir do trabalho, como Bogé e nós, que estamos aqui, não têm registrada a sua história senão por iniciativas como essas. Bogé já está tatuado na memória do samba e na memória cultural de Araraquara”, finaliza. (Por Matheus Vieira)
