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Morre Antonio Parelli Filho, empresário e ex-presidente da Ferroviária

Parelli foi um mito dentro da história esportiva de Araraquara e um personagem na administração da Ferroviária. Glórias, conquistas e derrotas o levaram em várias oportunidades ao céu e ao inferno do futebol, porém jamais deixou de ser autêntico, otimista e sonhador. Chegou a comprometer seu patrimônio colocando dinheiro do bolso para pagar dívidas contraídas pelo clube.

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Antônio Parelli Filho, ex-presidente da Ferroviária

Faleceu nesta quarta-feira (16) em Araraquara, Antônio Parelli Filho, 88 anos, empresário e ex-presidente da Associação Ferroviária de Esportes por muitos anos em alguns deles dando ao clube uma extraordinária projeção. Parelli, era um otimista incorrigível. Foi com essa característica positivista da personalidade que ele comandou a então Associação Ferroviária de Esportes, invariavelmente confiando em resultados satisfatórios. E foi o que aconteceu no início da década de 1980, conforme explicitado em dois tópicos do livro Ferroviária em Campo, de Henrique Barofaldi.

Diz, Barofaldi: “Depois que a Ferroviária foi mal no Paulistão de 1981, terminando na 17ª colocação, o presidente Antônio Parelli Filho resolveu revolucionar o futebol afeano, procedendo a uma total renovação: dispensou 15 jogadores veteranos e promoveu oito ex-juvenis; trocou o técnico Roberto Brida por Sérgio Clérice; e mais tarde, percebendo que os jovens precisavam do apoio de alguns atletas experientes, reforçou o elenco com o volante Wilson e os pontas Zé Henrique e Bozó. Resultado: sucesso ao final do campeonato de 1982, conforme se verifica no tópico subsequente.”

Na sequência, um dos trechos do livro cita que “ao golear o Juventus, por 3 a 0, em plena rua Javari, no dia 4 de dezembro de 1982, a Ferroviária garantiu a sexta colocação do Campeonato Paulista e se qualificou para disputar, em 1983, a principal competição do futebol brasileiro, a então Taça de Ouro (Brasileirão). Teve uma destacada presença, que lhe conferiu, até hoje, o melhor rendimento (em média) no certame nacional, entre todos os clubes.”

Parelli e o time que o consagrou na Taça de Ouro

A convivência de Parelli Filho com a Ferroviária teve esportistas importantes a auxiliá-lo como Milton Cardozo, Mário Joel Malara e Fernandes Guzzi Neto, seu tesoureiro, falecido recentemente. Parelli teve também momentos dificeis dentro clube, contudo com seu otimismo conseguiu manter a marca da agremiação, as vezes arriscando seu próprio patrimônio pessoal. Na política tentou ser vereador, mas não conseguiu, porém teve a graça de se tornar Cidadão Araraquarense num projeto do então vereador Doutor Lapena, em setembro de 2012.

Após deixar a Ferroviária o vício pelo futebol não o afastou dos estádios e Parelli procurou ser técnico de futebol dirigindo o Grêmio da Polícia Militar chegando a conquistar títulos na época em que o Capitão Rodrigues foi presidente da agremiação na disputa do Campeonato Amador.

Era viuvo de Shirley com quem teve dois filhos, Paulo e Maristela e ao falecer também deixa dois netos e bisnetos. Ele vinha sendo cuidado em uma casa de repouso nas proximidades da sua casa no bairro do Carmo onde praticamente sempre viveu. Nos últimos seis meses, o ex-presidente sofreu três AVCs.

Como empresário manteve uma sociedade invejável com seu amigo-irmão, Carlos Lapena. Os dois em 1967 criaram na Avenida Padre Francisco Salles Colturato o Auto Eletro Carlão e por 30 anos se mantiveram firmes na administração da empresa.

Seu corpo será velado nesta quarta-feira, das 13h às 16h no Velório Almeida, ocorrendo em seguida o sepultamento no Cemitério São Bento. Os nossos sentimentos à Família Parelli.