Será sepultado nesta quarta-feira (03) no Cemitério São Bento, em Araraquara, o pediatra Álvaro Antônio Baracat, que faleceu hoje aos 79 anos, considerado um dos nomes mais importantes da medicina regional. O velório será realizado no Memorial Fonteri, das das 13h30 às 16h, de acordo com os familiares. Por cerca de 45 anos o médico prestou relevantes serviços na área da medicina pediátrica, sendo reconhecido com a outorga do título de “Cidadão Araraquarense” em novembro de 2016.
Reconhecidamente como um dos pediatras mais respeitados e queridos da cidade, Álvaro Baracat era natural de Pompeia (SP), cerca de 250 km da Morada do Sol, na região de Marília. Foi ali que nasceu em 1944, no seio de uma família de ascendência sírio-libanesa. Seu pai, Afiz, se destacava na sociedade pompeiense pelos dotes comercias e pela preocupação com os mais necessitados. Já sua mãe Sálua (conhecida pelo nome abrasileirado de Silvia) dava aulas de piano e cuidava da casa e dos filhos Álvaro, Tuffic, Maria da Glória, José Carlos (Zeca) e Sônia.
Quando da entrega do título de “Cidadão Araraquarense” ele contou que a família transferiu-se para Araraquara no início da década de 1960. Na época, Álvaro ainda jovem, amava o basquete e ajudava os pais na mercearia. Porém, tinha o sonho de ser médico, e partiu do amigo Farid Jacob Abid Rached – conceituado gastroenterologista da cidade, o convite para fazer cursinho de medicina. Ele até chegou passar no curso de Odontologia, porém desistiu e foi cursar Medicina.
Ele não titubeou, contam os amigos, e, quis transformar seu sonho em realidade, ingressando na USP de Ribeirão Preto, uma das melhores faculdades até hoje. Os anos do curso coincidiram com os anos de chumbo da ditadura militar, e ele se dividia entre os estudos e a luta pela democracia. Militava, então, na Ação Popular (AP), protestou contra o AI-5 e chegou a anunciar a morte do presidente chileno Salvador Allende no jornal da faculdade.
Foi nesse período, dizia ele as amizades mais próximas, que conheceu Terezinha, uma jovem estudante de Odontologia da USP, que se tornaria, na década seguinte, a mãe de seus filhos Marília, nascida em 1976, e Aluísio, em 1979.
Apesar da correria de uma vida inteira dedicada aos pacientes, sempre apreciou os momentos junto aos seus no cotidiano familiar e nas animadas comemorações natalinas e aniversários da família.
Ao lado de Rosângela, seu segundo matrimônio, viu a família crescer mais um pouco com a chegada de Maria da Glória, a Glorinha, sua filha caçula. Baracat, que também era avô, recebeu durante a homenagem que lhe foi prestada na Câmara Municipal em 2016, calorosas homenagens de parentes próximos, como sua filha Marília – que se emocionou ao contar na tribuna como o pai venceu o medo de voar para visitá-la na Espanha quando fazia um mestrado – e de parentes distantes, que enviaram vídeos de congratulações.
Consagrado, e um dos médicos pediatras mais respeitados de Araraquara, Álvaro Antônio Baracat, brizolista por convicção, não soube naquele dia contar quantas crianças passaram pelas suas mãos e disse que não ia parar de trabalhar, pois ainda tinha muito a fazer ainda pela cidade que adotou para chamar de sua.
“Sou pediatra aqui há mais de 40 anos. Essa cidade me deu tudo de bom. É uma ótima cidade para se viver, com um povo muito bom. Aqui me saí bem em todos os setores. Todos os meus filhos são araraquarenses”, declarou. “Gostei da homenagem, da recepção, de tudo. Hoje me sinto mais araraquarense e inegavelmente feliz.”
Mas, infelizmente não deu. Teve que parar…
Nas redes sociais foram várias as manifestações de carinho e solidariedade à família. O prefeito Edinho Silva disse que – com muita tristeza recebeu a notícia do falecimento do Dr. Álvaro Antônio Baracat, um dos pediatras mais queridos e respeitados de Araraquara. “Ele dizia que não sabia quantas crianças já haviam passado em suas mãos, mas foram muitas nos mais de 40 anos em que exerceu a medicina em nossa cidade e também na região, com total dedicação e amor.”
Edna Ares comentou – Ah que perda! Dr. Baracat tão querido, foi pediatra das minhas filhas. Ele e a esposa iam na missa na Igreja Nossa Senhora do Carmo e eu conversava com eles e ele me reconhecia, mesmo com as dificuldades de saúde que estava enfrentando, sempre era muito simpático. Vai com Deus querido médico. Deus te recebera de braços abertos.