O Núcleo de Economia do Sincomercio Araraquara divulga a quinta edição do mapeamento do comércio varejista, levantamento elaborado a partir de dados do sistema cadastral da entidade.O estudo analisa as variações ocorridas nos principais corredores comerciais da cidade, além de revisar o nível de concentração do varejopelas principais ruas e avenidas de Araraquara.
Nesta edição, o universo analisado é de 4.013 empresas do varejo, sendo que em 2017 esse número atingia 5.464.Após três anos de abertura de novos empreendimentos, com crescimento de 24,2% em 2015, 51,6% em 2016 e 4,5% em 2017, o ano de 2018 foi o primeiro desta série histórica a registrar redução no número total de lojas em funcionamento. A queda foi de 26,5% no número de cadastros varejistas em relação a 2017.
Variação dos estabelecimentos por bairro e total – 2014 a 2017
Por um lado, a própria crise econômica foi determinante para a elevação no ritmo de novos estabelecimentos comerciais nos últimos anos, uma vez que muitas pessoas que perderam seus empregos encontraram no empreendedorismo uma forma de assegurar sua fonte de renda. Porém, muitos desses pequenos negócios não possuem o planejamento e conhecimento adequados para gestão do negócio, o que ajuda a explicar o fechamento de cerca de 1.450 empresas em 2018.
Por outro lado, o próprio orçamento reduzido desse tipo de empreendimento não permite a sua instalação na região central e acabagerando uma migração para bairros periféricos, promovendo a expansão desses corredores comerciais mais distantes do centro. No âmbito dos bairros, a despeito de todos terem apresentado variação negativa no período analisado, a região central fechou mais empreendimentos em relação às outras regiões. Enquanto no centro houve queda de 26,2% no total de lojas em funcionamento, a redução na região da Av. Bento de Abreu e proximidades foi de apenas 2%.
Apesar da descentralização que vêm sendo observada desde o início deste mapeamento, em 2014, ainda é expressiva a participação da região central no comércio varejista, responsável por aproximadamente 21,5% dos 4.013 estabelecimentos ativos na cidade. Na comparação com 2017, essa participação se manteve estável, entretanto, ela já foi maior, chegando a representar 35% do varejo araraquarense em 2014.
A preferência pelos corredores centrais está associada sobretudo à ótima infraestrutura já existente na região, como também ao intenso fluxo de pessoas que circulam por esses pontos, aumentando a exposição das lojas, o contato com os consumidores e as possibilidades de venda. Contudo, os custos de locação desses imóveis podem desfavorecer a instalação de micro e pequenos empreendimentos. A dificuldade de estacionamento também tem representado um entrave para as lojas, já que os consumidores preferem locais de mais fácil acesso, e também cada vez mais optam pela praticidade e economia de tempo, buscando locais mais próximos de suas residências.
O que ocorre em Araraquara é uma tendência em diversas cidades do Brasil. O consumidor está cada vez mais exigente e a concorrência cada vez maior, fazendo com que o comerciante precise utilizar toda sua capacidade para manter-se no mercado. Dessa forma, uma aproximação maior ao consumidor, levando os produtos a locais mais próximos dele, acaba por contemplar as necessidades práticas do dia a dia.
O mais importante é lembrar que todo empreendimento necessita cada vez mais de planejamento e atenção às tendências comportamentais do seu consumidor. A alta mortalidade dos empreendimentos comerciais em Araraquara tem muita relação com a falta desses atributos, e buscando sempre melhorar a competitividade do comércio varejista local, o Sincomercio Araraquara realizou durante o primeiro semestre de 2019 o projeto “Varejo Expert” com objetivo de trazer mais especialização para os empresários, gerando melhores oportunidades e foco no desenvolvimento econômico e comercial da região.
FECHAMENTO POR FALÊNCIA