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O espírito empreendedor de José Carlos Nogueira e sua família no setor avícola em Araraquara

Por méritos e reconhecimento ao seu trabalho no agro, José Carlos Nogueira, in memoriam e representado pela sua família receberá do Sindicato Rural de Araraquara no Dia do Agricultor, em 28 de julho a Comenda do Produtor Rural e o gratificante diploma que o coloca entre os agricultores que escreveram a história do agro na região.

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Tranquilo, porém ousado, sempre imaginava em fazer crescer sua produção avícola

José Carlos Nogueira sempre foi ousado em suas iniciativas, contudo, nunca esteve só: a esposa Leila, além do incentivo contribuía com suas sugestões, uma forma de terem uma vida familiar pautada pela felicidade, e profissional guiada pela coragem de enfrentar os desafios. Por pelo menos 51 anos foi assim, uma vida a dois em família e negócios.

Nascido em Santa Lúcia em 1952, Zé Carlos, ainda muito cedo veio para Araraquara com os pais Olívia e João Nogueira; a família foi se completando com as irmãs Ana Maria e Maria Aparecida em um tempo de descobertas que nasceu na Escola Estadual João Manoel do Amaral, na Vila Ferroviária e depois o então IEBA – Instituto de Educação Bento de Abreu, onde também estudou.

Nogueira, reconhecimento ao seu trabalho

Já na adolescência os próprios pais observam o gosto do filho pela mecânica, uma das razões que o levou a trabalhar na Fábrica de Meias Lupo. A Escola Senai já havia lhe dado nessa época não apenas o incentivo mas também o ensinamento necessário para uma formação que lhe garantia o respeito de um excelente profissional.

Foi na Lupo que ele conheceu Leila, sua namorada por pelo menos dois anos, quando decidiram se casar, o que ocorreu em 1973, na Igreja de Santo Antônio: “Era o que queria; conhecê-lo foi possibilitar que tivéssemos sonhos em conjunto, cada um auxiliando o outro e assim foi a nossa vida voltada para a felicidade e o trabalho”.

Em seguida foram chegando as filhas: Carina, Catiana e Camila e em meio a isso, o desejo de dar ampliação à sua profissionalização: saiu da Lupo e incentivado por Leila foi prestar concurso para Policial Militar com o objetivo de encontrar tempo para a complementação dos estudos. Passou, e na atividade policial, permaneceu até se formar e trabalhar durante três anos.

Leila lembra que formado em eletrotécnica nas faculdades Logatti, Zé Carlos encontrou abertura para um novo e interessante emprego: na Villares que lhe garantiu uma permanência de muitos anos na área técnica e conhecimento, a partir de agora, investir na sua carreira solo em novos empreendimentos como fabricação de telas e montagens.

Momento de lazer em seu sítio

Prestando assistência na área de mecânica conheceu o ramo granjeiro; com parte do acordo salarial com a Villares adquiriu uma caminhonete, tornando-se representante de uma empresa gaúcha que tinha sua visão focada no setor avícola. Logo o relacionamento amplo com o setor fez se aproximar da aquisição de uma propriedade, o sítio em Boa Esperança do Sul que permaneceu durante aproximadamente três anos com a família.

Em Araraquara lhe apareceu a chance de comprar uma nova área em que poderia se tornar um avicultor: construiu um galpão rapidamente com a experiência adquirida como mecânico de manutenção da empresa gaúcha e iniciou o processo de criação e venda de aves de corte inicialmente para a Sadia em Américo e posteriormente à empresa A’DOro Alimentícia que até hoje trabalha na categoria de granjas em São Carlos.

Os negócios caminhavam bem para a Família Nogueira e foi preciso investir com o tempo na construção de outros dois galpões em uma história de trabalho que perdura por 22 anos. Era a paixão dele, diz Leila, que prematuramente perdeu o marido em 10 de março do ano passado, vítima da Covid. “Foram cerca de 20 dias de luta contra a doença e ainda que tenha recebido todo atendimento não foi possível vencer o coronavírus”, argumenta a esposa.

VIDA PAUTADA PELO TRABALHO

O empresário em um dos gaslpões que formam sua granja toda automatizada já em 2004

Em 2004, pouco tempo depois de se tornar um empreendedor avícola, os investimentos de José Carlos Nogueira foram certeiros: o Brasil se tornava um grande país exportador por conta da gripe aviária que ocorria na região asiática do mundo. Zé Carlos torcia para que a doença não chegasse aqui, o que seria “a salvação da lavoura” e a oportunidade de avançar com o empreendimento.

Na verdade desde aquela época o setor avícola na região de Araraquara trabalha basicamente com o sistema de integração, onde os abatedouros produzem os pintinhos e as granjas fazem a criação das aves. E praticamente a estrutura era totalmente automatizada. Foi essa a visão de José Carlos em 2004, quando anunciou a construção de um terceiro galpão em sua granja, somando-se aos outros dois existentes. Cada um com capacidade de criação para 50 mil aves.

Aliando seus conhecimentos técnicos na implantação de sistemas automatizados, José Carlos garantia o sucesso do negócio com a permanência de um único funcionário para fazer a granja andar. Mostrava paralelamente que trabalhava com notável visão empreendedora no setor deixando para a família um caminho próspero e rentável.

José Carlos Nogueira em família com a esposa, filhas, genros e netos, momento marcante para todos que sempre o estimaram