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O tesouro científico encontrado no IEBA: peças são do antigo Araraquara College

Cerca de 200 equipamentos de física foram encontrados por um grupo de pesquisadores na Escola Estadual Bento de Abreu. Para o antigo IEBA, isso representa um tesouro científico localizado tantos anos depois, já que os aparelhos pertenciam ao Araraquara College no início do século XX.

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Diferente do mercúrio, o Barômetro Aneroide é menos preciso, porém é portátil. As cápsulas aneroides são frequentemente usadas em barógrafos, instrumentos que gravam continuamente mudanças de pressão

A Escola Estadual Bento de Abreu – EEBA, tradicional instituição de ensino da rede pública estadual de Araraquara, teve origem como “Araraquara College”, inaugurado em fevereiro de 1914. Fechado durante o período de 1918 e 1919, o estabelecimento de ensino foi reaberto em 1920, com o nome “Escola Mackenzie de Araraquara”, denominação mantida até 1926, quando de sua municipalização, passando a ser “Ginásio Municipal Mackenzie de Araraquara”, até 1932.

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Neste período, a escola foi transformada pelo governo do Estado, no primeiro ginásio oficial da cidade, instalado definitivamente em fevereiro de 1934. Com cerca de cem anos de presença na cidade, ofereceu, em épocas diversas, diferentes níveis de escolarização, recebendo várias gerações de alunos de Araraquara e região. Já em 1959 passou a ocupar o prédio onde funciona atualmente na Rua Padre Duarte, entre as avenidas Professor Jorge Corrêa e Augusto Cezar. O local era utilizado como campo de futebol do Santana Futebol Clube.

O Araraquara College aberto em fevereiro de 1914, depois Escola Mackenzie (1920), em seguida Ginásio Mackenzie (1926); foi a Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras, a partir de 1960 e hoje é a Casa da Cultura, na Rua São Bento (inicialmente Rua Ignácio Baptista), em 1871; em 1877, Rua do Commércio e em 1891 Rua 3

Neste cenário é que se apresenta uma das alunas da época, Maria Cristina Zancul, que lembra o antigo laboratório de física e das aulas que tinha na época. Já como pesquisadora e professora de Letras da Unesp, foi Cristina quem tirou estes instrumentos do esquecimento, pois estavam eles adormecidos em um porão da escola.

A professora e pesquisadora Maria Cristina de Senzi Zancul entre os professores José Dionísio Gomes de Azevedo e Antônio Carlos Moreira (já falecido) que colaboraram na realização da pesquisa

“Quando a gente limpou, organizou e entrou em contato com outras instituições que têm material semelhante, como o Museu de Astronomia do Rio de Janeiro, descobrimos possuir um verdadeiro tesouro”.

Os equipamentos têm origem da França, como a fabricante Les Fils D’émile Deyrolle e Max Kohl Chemnitz. Outros foram fabricados aqui no Brasil, pelas indústrias Franz Sturm, de São Paulo e Meister & Irmãos, do Rio de Janeiro.

Balança com pratos apoiados recebe o nome de Balança de Roberval, feita por Gilles Personne Roberval em 1669; a outra, Balança de Pratos Iguais possui dois pratos suspensos por cutelos. Um dos pratos serve para colocar objetos de massa conhecida e padronizada. O outro prato sustenta um objeto a ser estudado.

A caçada aos materiais começou em 2006. No ano seguinte, o grupo se reuniu para testar os instrumentos para ver as condições que se encontravam. Outras etapas foram em frente, como o descobrimento de diversos livros de anotações, contendo o nome e a sua função. Alguns estavam relacionados na lista, mas o objeto não se encontrava com o restante.

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“Como não temos registro, gostaríamos que, se alguém tivesse cadernos ou lembranças de aulas com o uso desses equipamentos, que entrasse em contato conosco. Nós queremos compreender um pouco a história do ensino de física no Brasil. Entender o passado vai ajudar nos ajudar a pensar estratégias para o presente e futuro”, disse ela em 2016, à Revista Comércio, Indústria e Agronegócio.

O fato fez com que a professora lançasse o livro “O ginásio da Morada do Sol: História e Memória da Escola Estadual Bento de Abreu de Araraquara”, contando detalhes dos instrumentos (balanças, barômetros, galvanômetros, prismas, giroscópios, telégrafos e um modelo de máquina a vapor, e a bela vida de um estabelecimento de ensino.

100 anos depois, os aparelhos foram encontrados no porão do IEBA, inaugurado em 1959