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Padre que atuou em Matão, morre de Covid-19 em São Carlos

Cônego que era chamado de comunista por suas ações estava internado em uma área de isolamento na Santa Casa de Misericórdia de São Carlos

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Foram 42 anos dedicados à paróquia de Santa Isabel, que inclui o Santuário Nossa Senhora Aparecida da Babilônia, em São Carlos (Foto: João Sganzella)

O padre Antonio Tombolatto, 93 anos, faleceu na tarde desta quinta-feira (29). Ele estava internado em uma área de isolamento na Santa Casa de São Carlos e é mais uma vítima da Covid-19.

Dom Eduardo Malaspina anunciou em sua página nas redes sociais a morte de Tombolato.

“Agradecemos a Deus pelos 93 anos de vida e seus 63 anos de vida sacerdotal. Em nossa Diocese de São Carlos prestou relevantes serviços, entre eles como Pároco da Paróquia de Santa Isabel e Santuário da Babilônia em São Carlos, por 42 anos. Cônego Tombolato, neste momento, alegra-se no céu e colhe os frutos de sua missão junto do Senhor que o chamou”, disse.

TOMBOLATTO

Cônego Antonio Tombolato nasceu em 22 de janeiro de 1928, na Fazenda São Vicente, propriedade dos pais, o italiano Juliano Tombolato e a brasileira Joana Cândida de Oliveira, entre os municípios de Brotas e Torrinha. A mãe morreu quando ele tinha apenas um ano de idade e do segundo casamento do pai nasceram as irmãs, Geni e Elisabete.

A vocação para seguir a vida religiosa surgiu na infância. Ainda criança, foi para São Paulo onde começou seus estudos no Liceu Salesianos Coração de Jesus. A sequência da preparação aconteceu em Lorena, Lavrinhas e Pindamonhangaba.

Depois disso, Antonio Tombolato voltou para Lorena onde estudou filosofia e pedagogia. Depois se formou em teologia em São Paulo. Foi seminarista de 1943 até 1958, após a ordenação tornou-se presbítero na cidade de Matão.

Em outubro de 1960, o bispo Dom Ruy Serra levou o padre Tombolato para a Catedral de São Carlos.

ATUAÇÕES E CONQUISTAS

Um dos primeiros projetos desenvolvidos pelo padre foi a Polícia Mirim, que oferecia acompanhamento e ocupação para crianças. A fundação da Juventude Operária Católica (JOC), que desenvolvia projetos de assistência social, foi outra importante atividade do padre. O grupo condenava os desmandos dos patrões que exploravam os trabalhadores são-carlenses. Sempre atuante e participativo, durante a ditadura militar foi considerado por alguns um padre progressista e chamado até de comunista. (Informações: São Carlos Agora)