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Parte Elza Pimentel ao encontro de Antônio, para o tango que fez brilhar suas vidas

Elza e Antônio Pimentel fizeram parte da nossa cultura artística, expoentes da dança e símbolos de um amor eterno. Ele faleceu no ano 2000 e ela seguiu em frente ensinando centenas de casais a dançar o tango, uma dança expressiva e dramática.

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Apresentações inesquecíveis de Elza e Antônio Pimentel

Araraquara perdeu neste sábado (18) uma das suas maiores estrelas: Elza Pimentel, que por mais de 40 anos foi professora de dança, especialmente o tango, que lhe permitiu formar um par inesquecível com seu marido, o português Antônio Pimentel, sua eterna paixão, que era forma de se referir a ele ao longo da sua vida. “A gente era como unha e carne. Compartilhávamos as coisas e, depois de seu falecimento, eu pensei em largar o tango. Mas, a energia que a dança proporciona, tive muita força para continuar”.

Elza e Antônio se conheceram através da dança de salão durante os bailes em um clube da cidade, porém já tinham conversado em um footing na São Bento. E foi ele quem mostrou o caminho do tango para a sua amada. “A verdadeira dança é a dois. Das danças que vemos hoje em dia, parece mais moda de ginástica. O tango trabalha com a alma. Completa um parceiro com o outro. O sentimento é maravilhoso que não existe em outra dança”.

Os olhos da professora pareciam brilhar mais, quando se falava de Antônio Pedroso Pimentel nascido em Losan, distrito de Coimbra, Portugal, no dia 17 de abril de 1925, chegando ao Brasil ainda criança, tendo ido morar junto com toda família nas proximidades de Araçatuba, local onde fez seus primeiros estudos. Era filho de José Pedroso Pimentel, português e comerciante de vinhos e Mariana Conceição Perneda Pimentel. Antônio era o filho do meio, sendo seus irmãos, Aurora e Armando, também falecidos.

Em 1949, vindo para Araraquara para jogar futebol na Associação Ferroviária de Esportes, enamorou-se da cidade e aqui fincou suas raízes. No vigor dos seus 24 anos de idade, Pimentel como era mais conhecido, encantou os desportistas com suas jogadas de mestre.

Antes de chegar em Araraquara, residiu e jogou futebol defendendo times em várias outras cidades como: Araçatuba, Campinas, São Paulo, Piracicaba e Rio Claro.

Em Araraquara, fazendo footing na Rua São Bento, conheceu a jovem Elza Bessegato, com quem namorou e casou-se em 24 de dezembro de 1952, na Igreja Santo Antônio na Vila Xavier. Elza era natural de Cedral SP, filha de Frederico Bessegato e Palmira Lacotins Bessegato.

Do casamento de Pimentel e Elza, nasceram três filhos: Elanira, farmacêutica bioquímica, residente em São Paulo; Heraída, cirurgiã-dentista e Heraldo, aposentado como diretor em uma das unidades do Sesi, casado com Rosane Berwert Faria Pimentel, pais de Heraldo Júnior e Aline.

Após ter encerrado sua carreira futebolística na Associação Desportiva Araraquara, a ADA, seu último clube, Pimentel tornou-se funcionário público integrando o quadro de servidores do Departamento Estadual de Estradas de Rodagem – DER, e nesse órgão governamental, ocupou vários cargos, até a sua aposentadoria como chefe de oficina. No campo cultural, juntamente com sua esposa Elza, suas atividades estiveram ligadas à arte da dança, ministrando cursos e representando Araraquara em concursos e apresentações artísticas.

Antonio Pedroso Pimentel faleceu aos 75 anos, dia 15 de outubro de 2000, deixando muita saudade. Sua esposa Elza, continuou ministrando aulas de dança e representando Araraquara em eventos e apresentações artísticas com seu grupo. No final de setembro de 2013, Elza foi diagnosticada com embolia pulmonar e encaminhada à Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Ela venceu na oportunidade mais uma etapa em sua vida para a alegria de todos nós.

Neste sábado (18), contam os amigos, ela foi se encontrar com o seu amor eterno, Antônio Pimentel. Seu corpo será velado neste domingo, das 10h às 13h, no Velório Municipal e o sepultamento ocorrerá às 13h30 no Cemitério Parque dos Lírios.