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Paulo Landim considera que compra de máquina de café na Câmara é sem dúvida, um legado

Thorn Malara escafunchou última sessão da Câmara para fazer brotar a inspiração da coluna semanal e entre um café e outro chegou a conclusão de que, a máquina adquirida por ele, de onde sai até capuccino é um legado de Paulo Landim, quando presidente. Agora é só pedir um lanche no carrinho mais próximo.

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Para um café a três aí a receita

GUERRA DO CAFÉ
Enquanto a oposição se movimenta para obstruir a pauta da Câmara, levando as sessões até altas horas da madrugada, um governista decidiu revidar de forma inusitada: propor a extinção do cafezinho expresso da Casa. Tudo em nome da “economia” — mas há quem diga que a intenção real era ver se os colegas dormiam no ponto.

O tema gerou polêmica. A máquina de café foi adquirida ainda na gestão de Paulo Landim e é por ele considerada um legado, por ser alugada, gera um custo anual considerável. No entanto, para o orçamento da Casa, essa despesa é irrisória. Nos corredores, muitos reagiram com indignação à ideia do corte. “Trabalhar sem café não tem condições! ”, desabafou um servidor, outro apontou que ela faz até capuchino.

E COM CAFÉ, PELA MADRUGADA ADENTRO…
Foi a última sessão. Entre pautas relevantes, como o reajuste dos auxílios dos estagiários e a valorização da cultura no município, tivemos também a proposta de criação do “Dia do Podólogo”, de autoria do Vereador Enfermeiro Delmiran (base governista). Para além dessa importantíssima iniciativa, um polêmico projeto foi aprovado a toque de caixa.

TIRA, PÕE E DEIXA FICAR
Essa foi a trilha sonora no sexto andar da Prefeitura de Araraquara quando surgiu a ideia de enviar à Câmara o projeto que insere o Art. 98-A na Lei nº 11.451. A proposta autoriza o Executivo a alterar a estrutura da máquina pública sem a necessidade de prévia aprovação legislativa – ou seja, um verdadeiro cheque em branco, que fragiliza o Legislativo Municipal, limitando-o a assuntos importantes, como os que tratam do Dia do Podólogo.

O problema? Simples: a iniciativa é inconstitucional. Alguns dizem que foi aprovada no embalo, sem a devida atenção. Outros afirmam que o caso já deveria estar nas mãos do Ministério Público. O fato é que o Executivo parece estar se precavendo, talvez temendo o fim da “lua de mel” com a base governista. Mas enquanto o fim não chega eles aproveitam.

TRATORARAM A OPOSIÇÃO
Para aprovar um projeto tão absurdo quanto o PL do Cheque em Branco, a base governista aproveitou a ausência do vereador Marcão da Saúde, oposicionista, garantindo o quórum necessário para passar o que quisessem na Casa. O vereador esteve ausente por problemas de saúde, conforme apurado.

Diante desse cenário, é de se pensar que a dinâmica das votações polêmicas será interessante, com todas as oportunidades sendo exploradas para influenciar o placar – especialmente nas votações que exigem quórum qualificado de 2/3. Atualmente, dos 18 parlamentares, 8 se declaram de oposição, 1 se diz independente e 9 integram a base governista. Os números estão apertados, e qualquer movimentação pode desestabilizar tanto o Executivo quanto a oposição.

Talvez isso explique o que motivou o prefeito a fazer chacota, em suas redes sociais, sobre uma suposta coleta de assinaturas para seu impeachment. Após apuração, esta coluna checou que, na Câmara Municipal, tal iniciativa ainda nem sequer foi cogitada — pelo menos não até o líder do Executivo dar a ideia, ou até a PL do Cheque em Branco gerar consequências jurídicas…

A BASE SÓ PODE DIZER AMÉM
Diante do aperto no placar legislativo, a declaração de um dos vereadores da base, proferida não nesta última sessão, mas na anterior, gerou ira no sexto andar do Paço Municipal. O responsável pela ira de dirigentes partidários e do ocupante do sexto andar? Vereador Dr. Lelo, que criticou abertamente os decretos que feriam o direito adquirido dos servidores da educação de se alimentarem do excedente da merenda, além daquele outro que pretendia fortalecer as canelas estudantis dos jovens estudantes.

A crítica, pouco repercutida pela imprensa, causou um frenesi no Paço Municipal. Mas, convenhamos: o vereador está apenas sendo coerente com seu eleitorado. A valorização dos servidores municipais foi um dos pilares centrais de sua campanha – e voto de comissionado não elege ninguém. Já o de servidor de carreira, sim: tanto põe quanto tira! Parabéns pela insubimissão do Vereador!
E, obcecado por esse põe e tira, o Executivo resolveu que quer:

TIRAR OS CARRINHOS TAMBÉM!
Após as polêmicas envolvendo a merenda escolar e o transporte estudantil, a Prefeitura de Araraquara teve outra ideia: ficar de olho nos ambulantes, ou seja, os carrinhos de lanche.

Aparentemente, alguém na administração pediu um lanche sem maionese e veio com. O resultado? Um projeto de lei que, assim como os anteriores, gera desgaste gratuito e não traz nenhum benefício real para a população. Pelo contrário, muitos — inclusive eu — consideram que os carrinhos de lanche de rua de nossa cidade são um verdadeiro patrimônio cultural do município. São uma tradição do interior de São Paulo e não são encontrados na capital.

Diante dessa caça aos fantasmas, muitos começam a se perguntar: seria um caso de autossabotagem ou apenas falta de tato? A situação lembra certos personagens infantis — Dick Vigarista, Pinky e Cérebro, Cebolinha — com seus planos infalíveis que não levam a lugar nenhum. Esses personagens parecem servir de inspiração constante para certos gestores públicos, que consideram outras formas de literatura enfadonhas — como livros de Direito e Administração Pública, afinal, não possuem ilustrações coloridas.