
Nesta terça-feira (21), a Polícia Civil deu início à Operação Octanagem, com o objetivo de executar seis mandados de busca e apreensão em postos de gasolina que são suspeitos de ligação com a organização criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC). Os alvos da operação incluem três postos em Praia Grande, dois em Santos e um em Araraquara, interior de São Paulo.
Em Araraquara o posto de combustíveis envolvido fica na Avenida Maria Camargo de Oliveira, nº 3.571, proximidades da sede da Polícia Federal. Nesta manhã de terça-feira (21) o estabelecimento estava vigiado por duas viaturas policiais, bem como outros dois veículos – da Agência Nacional do Petróleo (ANP) e do Instituto de Pesos e Medidas (Ipem). Inspetores das agências fiscalizadoras se mantiveram no interior do posto, segundo consta, apreendendo documentos.

A operação está intimamente ligada ao empresário Mohamad Hussein Mourad, que está sob investigação por supostamente liderar uma rede de lavagem de dinheiro associada ao PCC. Uma investigação anterior, chamada Operação Carbono Oculto, havia mostrado a inserção da facção no ramo de produção e distribuição de combustíveis no Brasil.
Os mandados foram cumpridos em propriedades que pertencem a Himad Mourad, parente de Mohamad, identificado como um dos principais responsáveis pela operação que abrange sonegação de impostos e manipulação de combustíveis. Segundo as autoridades policiais, a finalidade da Operação Octanagem é desmantelar a parte de varejo da organização criminosa, que permanece em atividade apesar dos avanços da Operação Carbono Oculto.
Além da Polícia Civil, a ação envolve a colaboração de inspetores da Agência Nacional do Petróleo (ANP), do Instituto de Pesos e Medidas (Ipem) e da Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo, ampliando o alcance das investigações.
CARBONO ESCONDIDO
A Operação Carbono Oculto, iniciada em agosto deste ano, é vista como uma das grandes iniciativas contra o crime organizado no Brasil. Com cerca de 1.400 policiais envolvidos, o objetivo foi desarticular uma rede criminosa que gerou bilhões de reais no mercado de combustíveis. Acredita-se que o grupo tenha eludido mais de R$ 7,6 bilhões em tributos durante suas atividades.
Uma pesquisa indicou que quinze dos sujeitos investigados pela Carbono Oculto estão conectados a, no mínimo, 251 postos de gasolina localizados em quatro estados do Brasil. Dentre esses, 33 estabelecimentos estão localizados na Baixada Santista. O de Araraquara, como já foi divulgado pelo G1 é o Posto Ímola, na Via Expressa.